Grupo organiza tour por docerias da Zona Oeste
Passeio custa 40 reais por pessoa e inclui degustação de docinhos em lojas como Maria Brigadeiro, Chocolat du Jour e Fina Nata, entre outras casas no bairro
No fundo da doceria Maria Brigadeiro, em Pinheiros, um grupo mantém animada conversa. Jarras de água gelada são distribuídas para espantar o forte calor que fazia na tarde de sábado (20). O papo segue até que Kyu Bill, um dos idealizadores do Sweet Tour, anuncia o início de um doce passeio pelos arredores. Nas três horas seguintes, quinze gulosos visitaram seis docerias badaladas da região. O valor de R$ 40,00 por pessoa inclui pequenas degustações em cada endereço.
O inusitado roteiro segue o modelo da já popular versão paulistana do Pub Crawl —uma visita guiada a bares e baladas paulistanos—, também comandada por Bill, em parceria com Edu Stefanini, ambos da empresa Savor São Paulo. Toda sexta e sábado, a partir das 14h, a dupla promove o encontro. Para participar é preciso reservar um lugar com antecendência acessando a página do evento. Em caso de chuva, a turnê é suspensa e remarcada para outra data.
O ponto de encontro ocorre em frente à Maria Brigadeiro, na Rua Capote Valente, onde as pessoas recebem informações sobre a origem do doce tipicamente brasileiro e a marca criada pela doceira Juliana Motter. Depois das explicações, se delicia com três versões gourmet da sobremesa: o tradicional, o incomum chocolate branco com cupuaçu e o que leva cachaça na receita, preferido da turma. O brasiliense Luiz Felipe Bezerra, em São Paulo a passeio, gostou tanto que saiu da loja com algumas sacolas cheias de docinhos.
A próxima parada, após uma curta caminhada, foi na Gelateria Diletto, na Alameda Lorena. Ali todos experimentaram sorvetes de chocolate com rum e limão. O destino seguinte foi a chocolateria Chocolat du Jour, na Rua Haddock Lobo, onde a turma provou tabletes cremosos de chocolate meio-amargo, além de versões gourmet com polpa de caju e limão. Generosa, a subgerente, Valéria Fábrega, também ofereceu o carro-chefe da marca: lascas de uma deliciosa barra de chocolate com creme de avelã, o theobroma, ou “manjar dos deuses”, em bom português. Mesmo torcendo o nariz para os preços (uma lata com 50 bombons pode custar até R$ 1900), algumas pessoas levaram chocolates para casa.
Ladeira acima na Rua Augusta, para queimar as calorias, a próxima parada é na doceria Fina Nata, na Alameda Tietê, especializada em bem-casados. Gustavo Soncini, um dos responsáveis pelo espaço, falou sobre a procedência do doce português e sua receita. “A massa precisa ficar na batedeira por 29 minutos cronometrados”, disse ele. O resultado é uma mistura delicada e úmida, que pode ser recheada por doce de leite, baba de moça, chocolate com pimenta ou limão com capim santo – este último, eleito o mais gostoso.
Mesmo debaixo de uma fina garoa, o percurso seguiu até a luxuosa Conti Confetteria, na Alameda Franca. Lá, Sonia Bonifazi distribuiu amêndoas confeitadas com sabor de cappuccino e chocolate. “Somos a única loja da marca italiana na América Latina”, afirmou a empresária napolitana. Inusitada, a amêndoa com gosto de rosa vermelha não agradou a todos.
A próxima parada, na Rock Candy, que produz balas e pirulitos, maravilhou os visitantes que acompanharam a confecção de uma bala artesanal de melancia. O doce é servido ainda quente, marcando o final do Sweet Tour, que ainda teve uma surpresa: a apresentação da loja virtual Cake Me, de Danielle Trolezi, que presenteou todos com um cupcake de laranja.
“Pensamos em tudo para que o cliente termine o tour satisfeito. A iniciativa é boa para nós e também para os lojistas”, afirma Bill. “No final, todo mundo sai ganhando”, diz ele. “Nossa próxima ideia é fazer um tour gastronômico pelos principais restaurantes da região.”