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OLÁ,

Santa Casa reabrirá pronto-socorro a partir das 22 horas

Atendimento de emergência havia sido suspenso por falta de dinheiro para pagar fornecedores; auditoria fiscalizará as contas da instituição

Por Juliana Deodoro e Juliene Moretti
Atualizado em 5 dez 2016, 14h15 - Publicado em 23 jul 2014, 13h13

Após o governo do estado liberar 3 milhões de reais para a Santa Casa, o hospital anunciou que vai reabrir seu pronto-atendimento a partir das 22 horas desta quarta-feira (23). Os atendimentos de urgência e emergência de todas as especialidades do PS haviam sido suspensos na tarde de terça-feira (22) por causa da falta de verba para comprar materiais, como seringas e agulhas.  

Na manhã desta quarta, o secretário estadual de Saúde, David Uip, anunciou a liberação do dinheiro com a condição de que seja feita uma adutoria nas contas da instituição “Vamos avaliar folha, custeio, desperdício e produção. Queremos auxiliar na gestão”, disse Uip.

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O provedor da Santa Casa, Kalil da Rocha Abdalla, afirmou em entrevista coletiva que os fornecedores aceitaram enviar os materiais para que fossem reabertos os pronto-socorros da entidade. Apesar da liberação dos 3 milhões, ele disse não saber por quanto tempo os atendimentos de urgência e emergência poderão ser feitos. Na terça-feira, o Abdalla afirmou que a dívida com os fornecedores é de 50 milhões de reais. 

Dinheiro

De acordo com a Secretaria de Saúde, a Santa Casa recebeu 414 milhões de reais em 2013 entre recursos federais e estaduais. Nos cinco primeiros meses deste ano, foram 173 milhões.

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O hospital, que é privado, mas não tem fins lucrativos, atende diariamente 10 000 pacientes. Desses, Abdalla estima que metade dê entrada pelo pronto-socorro. O orçamento anual da entidade é de 1,3 bilhão de reais e a dívida total gira em torno de 350 milhões.

Movimento 

Além do fechamento do pronto-socorro, cirurgias eletivas e exames (como de sangue, urina e raio-x) não foram realizados no hospital nesta manhã. Os pacientes eram orientados pelos funcionários para retornar na quinta-feira (24).

Os agendamentos também não estão sendo feitos. Foi o que a pensionista Maria Celidalva Costa, de 51 anos, ouviu ao chegar na portaria destinada aos pedestres. Ela tentava marcar um exame cardiológico para a filha, Suellén, de 18 anos, e não conseguiu. “Eles me disseram para esperar a mídia avisar quando retornam, e então, voltar e tentar de novo”, disse. Segundo ela, há dez anos a filha faz acompanhamento de três em três meses e esta é a primeira vez que não consegue remarcar os exames e a consulta.

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Caso

Na terça-feira (22), a direção da Santa Casa afirmou não ter recursos para pagar fornecedores de insumos, como seringas e medicamentos, e por isso foi obrigada a fechar as portas.

“Há tempos venho me reunindo com os governos municipal, estadual e federal pedindo dinheiro. Eu sou um chorão, toda hora peço dinheiro. Achavam que eu estava blefando”, afirmou o provedor.

A secretaria Municipal de Saúde afirmou em nota que entrou em contato com a direção da instituição e se colocou à disposição para fornecer os medicamentos e materiais médico-hospitalares necessários para que o serviço não pare de funcionar.

Já o Ministério da Saúde disse que recebeu com preocupação a informação sobre o fechamento do pronto-socorro. “A medida unilateral não foi previamente comunicada ao Ministério da Saúde”, informou. De acordo com a pasta, desde 2012, os valores repassados à instituição são mais que o dobro do custo com procedimentos realizados pelo SUS.

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