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OLÁ,

Médico ajudou a criar maior centro de tratamento a crianças com câncer

Antonio Sérgio Petrilli mobilizou colegas, voluntários e parceiros para lançar a pedra fundamental do Graacc

Por VEJA SÃO PAULO
Atualizado em 5 dez 2016, 16h10 - Publicado em 5 abr 2013, 16h15

“Só existem duas opções diante do câncer infantil: ou você se revolta, ou você batalha. Eu optei por lutar.” O autor da frase é corintiano roxo, nasceu no bairro da Pompeia, formou-se em medicina em 1970 na Unicamp e passou quase duas décadas dedicado ao departamento de oncologia pediátrica do Hospital A.C. Camargo. Em 1978, inconformado com as poucas opções de tratamento para derrotar uma doença tão cruel — na época, apenas 20% dos casos tinham um final feliz —, vendeu os dois carros da família para bancar uma especialização em Nova York. Trabalhou incansavelmente com o tema e, em 1991, mobilizou médicos, voluntários e parceiros para lançar a pedra fundamental do Graacc, o maior centro de tratamento gratuito para o câncer infantil na cidade.

Obstinado e modesto, o oncologista Sérgio Petrilli mostra orgulhoso aos visitantes o estágio avançado das obras do segundo prédio do Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer, que deve ficar pronto daqui a três meses. A nova unidade será anexa à sede atual, localizada na Vila Mariana. A expectativa é ampliar em 30% o número de atendimentos da instituição, que recebe hoje cerca de 3.000 pacientes por ano. Tudo ali é de graça. Dos exames aos tratamentos mais complexos, como o transplante de medula óssea com células-tronco, procedimento que na rede particular pode custar aproximadamente 100.000 reais. O orçamento anual da entidade, de 72 milhões de reais, é bancado com recursos do SUS, doações de pessoas físicas e a ajuda de empresas como McDonald’s e Droga Raia. Petrilli divide seu tempo entre as aulas na Unifesp, o seu consultório particular e o cargo de superintendente médico do Graacc, que conta com 600 funcionários e 400 voluntários. Aos 66 anos, tem fôlego para tirar do papel um projeto ainda maior. “Já estou pensando no nosso terceiro edifício, cujas obras começam em 2015”, diz. Com mais esse anexo, o complexo hospitalar ocupará uma área total de 16.000 metros quadrados. É uma conquista impressionante. O número do qual ele se orgulha mais, no entanto, é outro: hoje, o índice de cura chega a 70%. “Não fiz nada sozinho”, gosta de repetir o médico tímido que dá o melhor sorriso quando está entre seus pacientes mirins.

Nome: Antonio Sérgio Petrilli

Profissão: oncologista pediátrico

Realidade que transformou: ajudou a criar na cidade o maior centro de tratamento gratuito a crianças com câncer

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