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OLÁ,

Motorista diz que não percebeu ter decepado perna de carteiro

Gedilson José da Silva, de 40 anos, morreu após acidente, no domingo; caso lembra o de ciclista que teve braço amputado na Avenida Paulista

Por Redação VEJASAOPAULO.COM
Atualizado em 5 dez 2016, 16h06 - Publicado em 25 abr 2013, 15h43
motoqueiro - Gadilson José da Silva 3
motoqueiro - Gadilson José da Silva 3 (Arquivo Pessoal/)
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O motorista do Palio Weekend que atropelou o carteiro da moto, Gedilson José da Silva, de 40 anos, decepando sua perna, fugiu sem prestar socorro e se entregou na quarta (24) à polícia. Em depoimento acompanhado pelo advogado André Takashi, no 72º DP, na Vila Penteado, onde o caso foi registrado, ele disse que não percebeu que a batida havia mutilado a vítima e não prestou socorro porque teve medo da reação de outros motociclistas, que cercavam o local. “Meu cliente não é um assassino. Foi uma fatalidade”, afirma.

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A polícia não divulgou o nome do condutor, que tem 23 anos e foi liberado logo após depor. “Ele será indiciado por fuga do local do acidente, mas não está comprovado ainda se ele foi culpado pela morte do carteiro”, conta o delegado responsável pelo caso, Júlio César de Almeida. Durante o interrogatório, o rapaz alegou que o motociclista trafegava na contramão na hora do acidente. “Só teremos uma posição depois que forem realizadas as perícias dos dois veículos, que já estão na delegacia”, completa Almeida.

O acidente aconteceu na altura do número 4555 da Avenida Deputado Cantídio Sampaio, na Vila Brasilândia, na Zona Norte, no último sábado. Por volta de 7h50 da manhã, o carteiro Gedilson José da Silva, de 40 anos, ia para o trabalho quando foi atropelado pelo Palio. Morador da Zona Norte, o motorista que o atingiu retornava da casa de um amigo.

Com o impacto, a perna dele foi arrancada e teria ficado presa no parachoque do automóvel. A PM fez buscas na região, mas não encontrou o membro. Levado ao Hospital Municipal Doutor Moysés Deutsch, no M’Boi Mirim, na Zona Sul, Silva não resistiu aos ferimentos e morreu no domingo. O enterro aconteceu no cemitério Dom Bosco, no Perus, na terça-feira (23).

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Atropelamento na Paulista

O caso remete ao do ciclista David Santos de Souza, de 21 anos, que foi atropelado na Avenida Paulista, e teve o braço direito amputado. O atropelador, o estudante de psicologia Alex Siwek, de 22 anos, também fugiu sem prestar socorro e deixou o local com o braço da vítima, que ele jogou no Córrego do Ipiranga, na Avenida Doutor Ricardo Jafet, na Zona Sul. Horas depois, o jovem voltou à própria casa, guardou o carro na garagem e dirigiu-se a pé a delegacia para se entregar.

Adaptando-se a uma nova rotina, David já realizou dois testes com uma prótese – avaliada em 320 000 reais – que irá receber como doação do empresário Nelson Nolé, de Sorocaba. Nos próximos dias, o jovem fará uma nova prova do braço mecânico e em aproximadamente 40 dias recebe a versão definitiva. “Lógico que ele terá limitações e algumas dificuldades no começo, mas logo terá uma vida normal”, afirma o doador. Por telefone, David disse à reportagem que está se recuperando bem.

VEJA SÃO PAULO – Como foram os testes com o braço mecânico?

David – Eu gostei muito. O primeiro foi meio estranho e não deu muito certo. O segundo já foi perfeito. Fique brincando com os fios e treinando alguns movimentos. Estamos aguardando o braço desinchar para as novas provas.

– Como tem sido a recuperação?

Estou fazendo uns movimentos básicos. Pegando as coisas, comendo, tomando banho, me trocando, mas escrever ainda não dá, pois sempre fui destro

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– Tem recebido algum tipo de assistência por parte da empresa onde você trabalhava?

Ainda não pedi nada diretamente para eles. E não estou recebendo nada. Só recebi os dez dias que trabalhei no mês do acidente. Andava muito de bicicleta e agora tenho que ir para os lugares de ônibus e pagar condução. É mais difícil. Já recebi propostas de emprego, mas quero antes esperar para colocar a minha prótese e ter uma liberação médica. Ainda estou registrado na outra empresa e tenho de ver como fica a situação.

– O que tem feito no tempo livre?

Comecei a fazer aula de dança, no estilo sertanejo universitário, todos os sábados. Durante a semana, vou com um grupos de uns dez amigos para o Terra Country, no Grajaú, para praticar.

– E já está prevista alguma audiência sobre o seu caso? Você foi procurado pela família do Alex Siwek?

Ainda não tem nada previsto e nem marcaram a data. Até o momento nem a família e advogado dele me procurou.

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