Livros para colorir são a nova mania entre adultos
Sensação entre os mais velhos, as páginas de<em> Jardim Secreto</em> e <em>Floresta Encantada</em> espalham-se nas redes sociais
Em dezembro passado, a designer de moda Camila Gomes se presenteou com o livro de pintura Jardim Secreto – Livro de Colorir e Caça Ao Tesouro Antiestresse, da ilustradora inglesa Johanna Basford, lançado aqui pela Editora Sextante. Ela, que sempre gostou de pintar, decidiu a princípio que não iria intervir na obra. “Gostei dele em preto e branco, não quis mexer no livro”, lembra.
Porém, no começo deste ano, as páginas pintadas por outras pessoas começaram a pipocar no seu feed do Instagram. “Foi aí que me empolguei para pintar também”, diz. Dona de uma empresa de bordados, Camila passou a dedicar as manhãs de domingo à nova atividade. Além de relaxar (o objetivo expresso do livro), ela está aplicando as técnicas aprendidas com o novo passatempo em seu trabalho diário. “Uso muitas combinações de cores em meu ateliê e, quando preciso de inspiração nova, recorro às referências do livro”, diz.
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O sucesso das obras desse tipo nas redes sociais também inspirou a professora de artesanato Elizabeth Sarkis. Ela faz parte de quatro grupos no Facebook dedicados a trocar experiências sobre a atividade. “Fiz uma vídeo de uma técnica minha e em um dia tive mais de 2 000 visualizações”, diz.
De acordo com ela, trata-se de um momento particular para se abstrair do mundo. “Já cheguei a deixar a panela no fogo queimar de tão absorvida que estava”, lembra. Ela é uma das integrantes do grupo Jardim Secreto e Floresta Encantada – Livro de Colorir / Secret Garden, criado em fevereiro no Facebook pela comerciante Andreia Moura. “Abri a conta com a minha filha, Julianna, para mostrar o que estávamos fazendo e o negócio cresceu”, afirma.
Em menos de dois meses, o grupo já angariou mais de 11 000 membros, com uma média de 500 novos por dia. Essas pessoas dividem suas experiências, o que levou a própria autora a entrar em contato via rede social. “Ela ficou encantada com os relatos, especialmente o das pessoas que conseguiram superar problemas pessoais após se dedicarem à pintura”, conta.
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Entre as participantes também está a auxiliar-administrativa Elsa Papp, que conheceu o livro por meio de uma colega de trabalho. “Recebemos palavras de incentivo quando postamos algum desenho, é muito bacana”, diz.
Sua principal motivação para adotar as obras é controlar a ansiedade. A evolução de seu quadro, que incluía a obsessão por limpeza, foi notada pelo marido, Sérgio. “Eu chegava a limpar o chão de nossa casa duas vezes por dia. Agora, só uma, depois vou direto para o livro”, vibra.
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PARA PINTAR, RELAXAR E POSTAR