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OLÁ,

José Roberto Souza Barros distribui brinquedos para crianças carentes

O motoboy decidiu ocupar o tempo e a cabeça entregando objetos para menores de favelas próximas a sua casa

Por João Batista Jr.
Atualizado em 5 dez 2016, 15h36 - Publicado em 4 out 2013, 18h25

Em 2002, quando levou um fora da noiva, o motoboy José Roberto Souza Barros entrou em depressão. Procurou uma igreja, fez terapia e, dois anos depois, decidiu ocupar o tempo e a cabeça distribuindo brinquedos para crianças carentes de favelas próximas a sua casa na Vila Ema, bairro da Zona Leste. O começo foi ingrato. “Ele mandou panfletos aos amigos pedindo peças antigas e sem uso para poder doar”, comenta a vizinha Madalena Quentino.

“Muitas pessoas entregaram objetos quebrados, mais para limpar o armário de casa do que para ajudar o próximo.” Diante do descaso, optou por comprar os presentes com o próprio salário. Barros embrulhava carrinhos, aviões de plástico, bolas e bonecas para arremessar para dentro da casa das pessoas. Fazia isso antes de iniciar seu expediente sobre duas rodas, a partir das 4 horas. “Pulava da cama para ir para favelas em bairros como São Mateus, Vila Matilde e Vila Formosa.” Como estava sempre vestido com sua roupa de trabalho e capacete, as pessoas não sabiam quem era o motoqueiro que fazia a alegria da molecada.

Barros resistiu em mostrar sua identidade por nove anos. Revelou-a apenas neste ano, em abril, quando sua casa foi reformada pelo programa Caldeirão, do Luciano Huck. O cômodo onde costuma guardar os presentes estava com infiltração e fiação exposta. Até hoje continua seguindo a mesma regra do início: não aceita dinheiro como doação, apenas produtos.

Recentemente, criou duas estratégias para ampliar a ação. A primeira delas é dar a um orfanato dez brinquedos a cada gol marcado por Neymar, do Barcelona. A segunda consiste em mandar para as casas da sua região um envelope com a sua foto, uma moeda de 1 real e a seguinte mensagem: “Compre um brinquedo e entregue para uma criança”. Barros ganha 1 200 reais por mês, gasta metade comprando presentes e pilota uma moto Honda CG 125 ano 1994.

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Ele dá pelo menos dez deles por dia (a cota deve subir para 500 na próxima semana, véspera do 12 de outubro). Em nove anos, calcula ter arremessado mais de 35 000 presentes. “Sempre dou brinquedos porque, para mim, todo dia é Dia das Crianças.”

Nome: José Roberto Souza Barros

Profissão: motoboy

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Atitude transformadora: anonimamente, distribui brinquedos para crianças carentes da Zona Leste

 

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