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Gregório Duvivier: “Porta dos Fundos não vai para a televisão”

Em passagem pela cidade para apresentar seu monólogo, <em>Uma Noite na Lua</em>, o ator carioca fala sobre seus projetos no teatro, cinema, televisão e internet

Por Bruno Machado
Atualizado em 5 dez 2016, 16h13 - Publicado em 21 mar 2013, 20h10

Aos 26 anos, o ator Gregório Duvivier já construiu uma carreira digna de dar inveja a muito veterano. Com uma dezena de filmes para o cinema, o carioca é um dos protagonistas da estreia desta semana Vai que Dá Certo, sobre um grupo de amigos que, tristes por não terem feito nada grandioso de suas vidas, vão levar a frustração às últimas consequências. Mas engana-se quem acha que este é o único projeto daquele que é tido como um dos mais promissores humoristas da nova geração.

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Gregório tem tempo para colaborar em roteiros de televisivos como Louco Por Elas e As Brasileiras e, recentemente, junto de quatro amigos, emplacou o sucesso Porta dos Fundos, no YouTube. Com textos afiados e hilárias interpretações, o canal do grupo lança dois vídeos por semana, alcançando números de audiência impressionantes: a página conta com mais de 1,5 milhão de assinantes, e 160 milhões de visualizações. Entre os maiores sucessos, um filme que satiriza o atendimento de uma famosa rede de fast-food de comida italiana.

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Em passagem relâmpago pela cidade para única apresentação do monólogo Uma Noite na Lua, dentro da programação do VI Festival Ibero-Americano de Teatro, Gregório falou à reportagem de VEJA SÃO PAULO sobre seus próximos trabalhos. Ele diz que apesar do assédio de diversas emissoras de televisão, a Porta dos Fundos permanece na internet, e que o musical Como Vencer na Vida sem Fazer Força, atualmente em cartaz no Rio, desembarca na cidade em agosto. Confira abaixo.

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VEJA SÃO PAULO — Como foram as filmagens de Vai que Dá Certo?

Gregório Duvivier — Tenho essa sina de sempre trabalhar entre amigos. Eu já conhecia parte do elenco depois de filmar Junto e Misturado. Ficamos um mês em Campinas rodando o filme com o Maurício Farias. O que eu mais gosto da fita é que ela parece ter sido feita com muito improviso, mas isso nunca aconteceu. O roteiro é que é muito bom. Ele transita entre vários gêneros, da comédia ao suspense.

Porta dos Fundos faz muito sucesso na internet. Qual é o futuro do programa?

Estamos sendo assediados por emissoras de TV, abertas e pagas. Porém, a gente acha que na televisão não vamos ter a mesma liberdade que temos no YouTube. A cada ano, mais pessoas têm acesso à internet e assistem menos a televisão. Eu mesmo não tenho TV em casa. Não faz qualquer sentido tirarmos o programa da rede. Com um orçamento mínimo, conseguimos muita audiência. É claro que isso faz da Porta dos Fundos um produto muito sedutor.

Como surgiu a ideia de montar Uma Noite na Lua?

Eu e o João Falcão montamos o texto, que ele escreveu para o Marco Nanini em 1999, ano passado, no Rio de Janeiro, e foi uma experiência muito prazerosa, pois além de confiar no João como diretor, é uma pessoa de quem gosto muito. Foi meu primeiro monólogo.

Essa proximidade entre vocês dois facilita o trabalho?

Além de ser meu sogro [João é pai de Clarice Falcão, com quem Gregório namora], ele é o melhor diretor de atores que conheço. Uma Noite na Lua é um texto que exige muito rigor, pois as marcações são várias e complexas. Como o próprio João o escreveu, conhece todas as vírgulas do texto, cada pausa e respiração. A disciplina que ele impõe ao ator é espartana. Isso pode gerar um estranhamento para o público que está acostumado a me ver sempre improvisando.

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No Rio de Janeiro você está em cartaz com o espetáculo Como Vencer na Vida Sem Fazer Força. Como você se envolveu nesse musical?

Assisti a essa peça na Broadway e me encantei com o texto. Coincidiu com a vontade dos diretores Charles Möeller e Cláudio Botelho quererem fazer uma montagem brasileira do musical. Vibrei quando eles me disseram que eu era o [personagem] Finch que eles queriam.

Qual é a diferença entre fazer um monólogo e um musical?

Fazer musical é um exercício aeróbico completo. Eu pulo, corro e canto. É muito divertido, sobretudo porque o texto não se leva a sério. É quase uma sátira ao gênero. A ideia é levarmos a peça para São Paulo em agosto.

Como você consegue arranjar tempo entre tantos trabalhos?

Gosto muito do que eu faço. Como sempre trabalho com amigos, familiares ou pessoas que gosto muito, no fundo, não parece que estou trabalhando. Também não tenho uma rotina. Me organizo conforme as propostas me aparecem. Sou daqueles que não consegue fazer várias coisas ao mesmo tempo. Nem dirigir e falar ao celular ao mesmo tempo eu consigo. Para fazer Uma Noite na Lua, parei de escrever, larguei um trabalho na televisão e fiquei ausente por um tempo da Porta dos Fundos. Mergulho de cabeça num projeto.

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