Em crise financeira, hospital da USP limita atendimento pediátrico
Instituição passa por dificuldades desde 2014; de lá pra cá 213 profissionais aderiram ao programa de demissão voluntária
Desde a última quarta (20), o pronto-socorro infantil do Hospital Universitário da USP passou a abrir as portas somente durante o dia, entre 7h e 19h. Após esse período, apenas casos emergenciais são atendidos no local. A limitação é decorrente do déficit de especialistas provocado pelo Programa de Incentivo à Demissão Voluntária (PIDV) e pela suspensão de novas contratações na Universidade de São Paulo, em função da crise econômica.
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De acordo com a Superintendência do HU, os usuários estão sendo orientados a procurar as unidades da rede municipal que dispõem de pediatras. Atualmente, somente um especialista dá plantão na unidade. O Sindicato dos Médicos, que realizou na tarde desta segunda (25), assembleia com os funcionários para discutir a situação do PS, exige a contratação imediata de médicos, enfermeiros e técnicos em número suficiente para que o serviço volte a funcionar, e com qualidade, durante todo o dia.
“A falta de médicos está gerando uma condição de trabalho insustentável para aqueles que tentam manter o atendimento à população. Chegamos ao ponto de termos médicos que pedem demissão espontaneamente por conta disso”, diz o diretor do Simesp, Gerson Salvador. A entidade informou que enviará um documento sobre a precariedade do sistema para a administração do HU e para a reitoria da USP.
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A crise na instituição teve início em 2014, quando o corpo clínico do hospital começou a ser reduzido. Segundo o Simesp, de lá pra cá um total de 213 profissionais aderiram ao PIDV, prejudicando o atendimento à população. A restrição em vigor desde a semana passada sobrecarrega ainda mais os demais serviços públicos da saúde na capital – a procura por pediatras aumentou com o surto de H1N1.
“O corpo clínico do pronto-socorro do HU precisa ser reconstituído com urgência, pois todos os PSs já estão com sobrecarga no atendimento, tornando impossível absorver essa população que estará desamparada e garantir a qualidade na assistência à saúde”, finaliza Salvador, em nota.