Avatar do usuário logado
OLÁ,

Bacon e outros ingredientes inusitados viram matéria-prima de drinques

Alho, pimentão e cenoura também são usados

Por Saulo Yassuda
Atualizado em 20 jan 2022, 09h23 - Publicado em 14 mar 2014, 17h22
Drinque de cenoura - Flâner
Drinque de cenoura - Flâner (Guimel Salgado/)
Continua após publicidade

Que tal uma caipirinha com alho? Ou um dry martini incrementado por tremoço e um toque de vinagre? Não há limites para o uso de ingredientes que os barmen de alguns dos bares mais badalados da cidade põem na taça, nobre leitor.

 

No caso do alho, um dente assado com casca flutua na caipirinha de limão e mel servida no Casa Café, em Pinheiros. Custa 21 reais. “Fiz a mistura inspirado na receita primitiva do drinque”, explica o mixologista Marco De la Roche. Ele sugere que o cliente deixe o alho parado se desejar um sabor mais suave ou o amasse, liberando os aromas, que julga adocicados. Só não vale sair beijando depois. 

Continua após a publicidade

Mais delicada, a mistura de licor de cenoura e espumante (25 reais) pode agradar ao paladar feminino. Lembra um bellini da horta — o original leva purê ou suco fresco de pêssego — e foi elaborado por Vinícius Apolinário, titular do novíssimo Flâner, também em Pinheiros.

Os agitadores de coqueteleiras têm uma justificativa para tanta ousadia. Acreditam que o paladar do público amadureceu. “A clientela deixou de lado os clássicos e, agora, pede mais invenções”, afirma Jean Ponce, criadorda carta do Riviera Bar, na Consolação. Uma de suas extravagâncias é o martíni com gotas de vinagre que, além de azeitona temperada, vem com dois grãos de tremoço mais um nacode minimilho em conserva espetados no palito (29 reais). “Com sabores potentes, é para ser bebido de golinho em golinho e rapidamente, para não esquentar”, recomenda.

Renan Tarantino, bartender do Estônia, no centro, concorda.“Queremos fugir do moranguinho e do kiwi”, brinca. Ele faz um martíni de pimentão e limão (26 reais) que desperta a curiosidade do público.

Continua após a publicidade

Nenhuma outra matéria-prima tem tantos adeptos quanto o bacon. Sim, o toucinho está em alta na ala etílica e não só na feijoada. Duas fatias crocantes,quase pururuca, enfeitam o bloody mary (29 reais) preparado no restaurante Ramona, precursor da onda.Também aderiu à gordura de porco defumada o Rock’n’Roll Burger, no Baixo Augusta. Ela substitui a clássica azeitona do dry martini (32 reais) servido à noite na lanchonete.

Hamburgueria de Pinheiros, a Meats, do chef Paulo Yoller, manda ver no bacon não só nos lanches que prepara. As tiras tostadas dão gosto marcante ao gim do pig snapper (28 reais), que acaba de entrar na carta. Antes de virar coquetel, o destilado permanece em uma infusão com bacon por dezenove dias. Só então pode ser usado na mistura de sucos de tomate e limão, molho inglês, pimenta e sal. Um talo de salsão entra no arremate. Vai encarar? 

 

 

Publicidade