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Aposentado alimenta cães abandonados na USP

João Seber recolhe restos de alimentos de restaurantes da região para ajudar cerca de cinquenta animais que vivem na Cidade Universitária

Por Carolina Giovanelli
Atualizado em 5 dez 2016, 13h55 - Publicado em 23 out 2014, 23h59

De domingo a domingo, no fim da tarde, o professor de educação física aposentado João Batista Seber, de 64 anos, volta à Cidade Universitária, no Butantã, onde estudou nos anos 70, para alimentar cerca de cinquenta cachorros abandonados que vivem no câmpus. A vira-lata Lilica, por exemplo, perambula pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade e aparece no local com mais frequência que muitos alunos.

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Quando João não consegue ir à universidade, colegas o substituem na labuta para não deixar os animais na mão. Ele começou o trabalho voluntário em 2002, quando viu uma professora realizando uma ação semelhante. “Tento amenizar o sofrimento desses animais”, afirma Seber, que também compra e aplica antipulgas e anticarrapatos, quando necessário. “Há quem venha criticar o que faço, como se os animais fossem espalhar doenças, mas não dou bola.” 

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Percebendo que poderia aproveitar a situação para evitar o desperdício de alimentos, fechou parceria com dois restaurantes da região, que cedem cerca de 20 quilos diários de sobras que iriam para o lixo, como arroz, feijão, carne e legumes. Um amigo, dono de uma padaria no Morumbi, também contribui com pães e salgados. A prefeitura do câmpus dá uma força com 50 quilos de ração por mês. João distribui tudo por seis pontos. “Muitos largam os bichos sozinhos aqui, principalmente em datas como Natal e Carnaval”, diz. “Alguns são cachorros de raça.” Seber conta ainda com a ajuda de um abrigo para tentar arranjar um lar para os cães de temperamento manso que consegue resgatar. Outros, mais ariscos, acabam tendo a USP como moradia.

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