Após prisão de Marin, CBF age para ‘blindar’ Marco Polo Del Nero
Entidade que comanda o futebol nacional afastou o ex-cartola e retirou o nome do dirigente da fachada de sua sede no Rio de Janeiro
Horas depois da prisão de José Maria Marin, de 83 anos, suspeito de integrar esquema de corrupção na Fifa, a CBF deu início a uma operação para blindar o atual comandante da entidade, Marco PoloDel Nero. A intenção é dissociar qualquer ato que envolva o dirigente que “governou” até o dia 15 de maio passado da atual administração. O nome de Del Nero não foi citado nas investigações feitas pela polícia americana nem pelas autoridades suíças.
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O secretário-geral da entidade, Walter Feldmann, disse que o ambiente na sede da CBF está “tranquilo” e que o expediente segue com normalidade. “Queremos o aprofundamento das investigações, o esclarecimento total dos fatos”, afirmou. Ele insistiu que Del Nero assumiu a presidência apenas em 16 de maio e que, desde então, tem trabalhado “para modernizar e dar transparência à gestão”.
Del Nero foi vice de José Maria Marin, mas o secretário-geral não acredita que a prisão do octogenário dirigente possa respigar no atual presidente. “A função (na CBF) é muito clara. O presidente é quem dá das determinações. Não há a menor preocupação nossa ou do Del Nero”, afirmou Feldmann.
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Na quarta pela manhã, a CBF divulgou nota oficial, de apenas quatro linhas, em que, sem citar nome algum, defende as investigações, ressalta que a administração Del Nero teve início em 16 de maio e diz que “a entidade aguardará, de forma responsável, sua conclusão, sem qualquer julgamento que previamente condene ou inocente”.
Após a prisão de Marin, a CBF afastou o cartola e, na manhã desta quinta, retirou o nome do ex-dirigente da fachada de sua sede no Rio de Janeiro. A Fifa o puniu com uma suspensão temporária de todas as atividades no futebol.
Prisão modelo
Uma cela individual com banheiro, numa prisão modelo da Suíça. O Departamento de Polícia do país alpino revelou na manhã desta quinta (28) que José Maria Marin “passa bem” e que recebe todos os serviços que são garantidos a detentos, inclusive assistência jurídica.
As autoridades decidiram dividir os dirigentes presos nesta semana em diferentes locais para evitar que possam “conversar ou trocar informações” sobre o caso. À reportagem o porta-voz da polícia de Zurique confirmou que o brasileiro está em uma das prisões da região. Mas evitou dar a localidade exata por “motivos de segurança”. “O que podemos garantir é que todos os direitos humanos do brasileiro estão sendo assegurados”, afirmou. Ele garantiu que Marin “passa bem” e que não tem apresentado qualquer tipo de problemas de saúde.
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O ex-presidente da CBF, José Maria Marin, não solicitou assistência do governo brasileiro ao ser detido nesta quarta-feira em Zurique. Informações do Itamaraty indicam que, apesar de o cartola ter o direito de pedir um acompanhamento do consulado e de diplomatas, nenhuma medida foi tomada neste sentido. Todos os brasileiros têm direito a receber tal ajuda, principalmente em casos de extradição. Como princípio, o Brasil não aceita entregar a uma Justiça estrangeira um nacional.
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Marin foi preso na manhã desta quarta no hotel Baur au Lac, em Zurique, e aguarda em uma prisão da região da cidade uma eventual extradição aos Estados Unidos. Segundo fontes próximas à CBF, ele passou o dia em busca de advogados na Suíça e nos EUA e deve resistir à extradição. Ao sair do hotel, Marin estava abatido. Segundo pessoas que acompanharam o caso, ele teria apenas tido. “Mas sou só eu? Onde estão os outros?”.