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Guru de autoajuda fatura na cidade com clínicas de hipnose

O empresário Alessandro Baitello já tem previsão de abertura da quarta filial e fatura cerca de 65 000 reais por unidade

Por Alessandra Freitas
Atualizado em 17 Maio 2024, 15h48 - Publicado em 24 out 2015, 02h00
clinica de hipnose
clinica de hipnose ( Fernando Moraes/)
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Em uma sala de 6 metros quadrados iluminada por uma forte luz verde, o empresário Alessandro Baitello, de 41 anos, anuncia que é capaz de resolver uma série de problemas de saúde: anorexia, impotência sexual, vício em drogas, depressão e medo de dirigir, entre outros. É esse o mote da Clínica da Hipnose, rede fundada em Curitiba há três anos. Ela ganhou a primeira filial paulistana em janeiro, no bairro de Santana, chegou em seguida à Vila Mariana e começa a funcionar em Campinas em novembro. “O processo consiste em induzir o cliente a um estado quase adormecido para trazer o inconsciente à tona”, explica Baitello.

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Ele contabiliza já ter atendido 5 000 pessoas em seus consultórios, com “taxa de satisfação de 93%”. Na sessão, o paciente se acomoda em uma confortável cadeira retrátil. No período de cinquenta a sessenta minutos, o hipnólogo não balança nenhum pêndulo diante de seus olhos, como nos desenhos animados. Mas põe uma música relaxante para tocar no notebook e faz perguntas e comentários com o objetivo de levar o paciente a retomar memórias de acontecimentos que podem ter desencadeado o problema em questão. “É possível regredir até a vida intrauterina”, garante o especialista.

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O empresário conta não permitir a contratação de mais de cinco sessões, que seriam o limite para a técnica dar resultado. Esse pacote custa 1 950 reais. A rede apresenta uma série de testemunhos de ex-clientes para corroborar sua eficácia. A gerente de e-commerce Andrea Hernandes atribui a esse trabalho parte de seu sucesso em perder 10 quilos. “Meu inconsciente foi programado para associar refrigerante a um líquido azul bem denso, o que fez com que eu perdesse a vontade de consumi-lo”, conta. O boca a boca tem surtido efeito e, hoje, o faturamento médio por unidade é de 65 000 reais mensais.

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Em Santos, foi aberta, no início do mês, a primeira franquia (ao custo de 140 000 reais de adesão mais os 20 000 reais da mobília). “Planejo ter 328 endereços em oito anos”, diz o sócio Nélio Santos. Para sustentar a expansão rápida, foi criada a Escola da Hipnose, no mesmo prédio da filial de Santana, que multiplicará os quadros (hoje, há quinze hipnólogos em ação). Natural de Jundiaí, Baitello estudou psicologia até o 5º semestre. Sem graduação completa, ele também é conhecido em palestras de auto ajuda como O Motivador, muitas vezes com foco em combate à obesidade.

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Fez cursos de hipnose no Brasil e na Espanha. A técnica é reconhecida desde 1999 pelo Conselho Federal de Medicina e vem sendo usada desde o tratamento da ansiedade até a redução de dores em pequenas cirurgias. “Porém, recomendamos que seja sempre feita por um profissional de saúde”, aconselha o psiquiatra Emmanuel Fortes Silveira Cavalcanti, terceiro-vice-presidente do órgão. O uso da hipnose por pessoas que não sejam médicos ou dentistas não é ilegal. Baitello está acostumado a rebater as críticas frequentes ao seu negócio heterodoxo. “Não sou um profissional da saúde, mas do bem-estar”, define-se. 

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