NoBar

Resenha por Saulo Yassuda

Habituado ao universo dos restaurantes, o chef Gustavo Rozzino tem se acostumado como é a afinação de um boteco. Onde estocar tanta caixa de cerveja e como funciona a dinâmica de uma visita, que não segue necessariamente a sequência entrada-prato-sobremesa, são desafios cotidianos. Mas, pouco a pouco, o cozinheiro vem dando um bom rumo ao NoBar, seu primeiro bar, que abriu com quatro sócios em dezembro, no mesmo espaço onde funcionou um pé-sujo de esquina, perto de seus restaurantes, o TonTon e do Tontoni, nos Jardins. Nesse novo espaço, que passou por uma restaurada geral para uma experiência mais agradável, o menu é uma mescla de receitas tradicionais de botequim, reinterpretações e pratos não tão comuns assim nesse tipo de ambiente. Se houvesse uma competição entre petiscos, o croquete de carne em fios com molho de mostarda (R$ 35,00, cinco unidades) venceria do pastel de camarão (R$ 9,00), onde faltaram justamente camarões. Outro item que não alcançou o nível 100% de qualidade é o vinagrete de frutos do mar com feijão-fradinho (R$ 45,00), com os grãos rígidos em demasia. Também chamado de vinagrete, mas de batata-doce, os canapés do tubérculo frito com coalhada e um mix de tomate e cebola picadinhos no topo se mostram uma pedida refrescante e saborosa de verão (R$ 31,00 a porção). A merguez, linguiça de cordeiro e especiarias passada pela chapa, é apresentada com purê de berinjela que lembra o babaganuche, coalhada e quiabo tostado (R$ 41,00). Clássica, a feijoada na cumbuca (R$ 55,00), que chega à mesa sem língua ou orelha, é servida às quartas e sábados junto de bisteca, banana à milanesa e outras guarnições. As cervejas em garrafa de 600 mililitros são quase obrigatórias para acompanhar e aparecem ali costumeiramente geladas (a partir de R$ 17,00) e vêm ganhando a concorrência também do chope (R$ 13,90). Nada que lhe impeça de pedir também uma caipirinha (R$ 27,00), como a de limão com caju.

Informações checadas em janeiro de 2024.