Fifty Fifty

Resenha por Saulo Yassuda

Ela amadureceu. Depois de uma temporada em consultorias, Stephanie Marinkovic retorna a um bar que pode chamar de seu, o Fifty Fifty. Nessa casa, inaugurada em janeiro, a bartender de 36 anos dá mostras de que refinou o trabalho que fazia no extinto bar Espaço 13, no Bixiga, o melhor bom e barato pelo COMER & BEBER em 2021 — foi onde ela se iniciou e deu expediente até aquele ano. No Fifty Fifty, a criação da carta é dividida com o marido e sócio, o também experiente Danilo Rodrigues. O resultado são drinques que dão prazer de beber pela perspicaz combinação de ingredientes. Em vez de um nome, as misturas têm os itens principais destacados no menu. Melancia + tomilho + pepino (R$ 44,00), por exemplo, denota uma mescla de vodca com soda de melancia, tomilho e pepino, levíssima e fácil de beber. Da mesma família, a do frescor, o coentro + cupuaçu + uísque (destilado irlandês macerado com folhas da erva, licor de cupuaçu e shrub de maçã verde; R$ 48,00) aporta uma acidez gostosa que vai além de apenas limão. Mais contemplativo, o martíni de tequila branca com pimenta-de-cheiro, água de tomate e vermute seco com dill (R$ 48,00) tem um perfil seco. Se Stephanie estiver na bancada (cuidada ainda por Aline Collozi e Rubens Alves), os fãs de old fashioned podem pedir a ela esse clássico (R$ 46,00) muito bem-feito, com torrão de açúcar em vez de xarope. Território de Key Kurihara, que passou pelo extinto Punk Cuisine, a cozinha merece um outro viva. De lá, chegam sugestões como o “steak” (ou fatia grossa) de couve-flor tostada (um pouquinho mais firme, ficaria perfeita) com creme de castanha-de-caju e pimentão vermelho à moda do romesco catalão e um vinagrete vietnamita de molho de peixe, açúcar e ervas (R$ 52,00). Vale mencionar que o balcão de peroba-rosa, com oito banquetas, é largo e tem bom espaço para as pernas. Ufa. 

Informações checadas em fevereiro de 2025.