Exímia

Resenha por Saulo Yassuda

O Exímia olha para o mundo sem deixar o Brasil de lado. No térreo, um acolhedor balcão com azulejos antiguinhos faz lembrar os velhos botecos da cidade. O andar de cima, mais escuro, exibe um painel que remete à Floresta Amazônica, e um jardim de plantas naturais de 7 metros de altura representa a Mata Atlântica. Com orgulho, o anfitrião Márcio Silva, nosso bartender mais global e dono do título de bartender do ano pelo COMER & BEBER em 2017 e 2019, gosta de explicar cada canto de seu “filho”, pensado nos mínimos detalhes, após muita reflexão se deveria voltar a ter um bar no Brasil. Sorte dos clientes, que encontram ali alguns dos melhores coquetéis do país. A produção das misturas é única, em um “laboratório” de temperatura controlada a 20 graus. De lá, os líquidos descansam em uma câmara fria antes de serem levados aos balcões, onde são finalizados na hora por um time afiadíssimo de bartenders brasileiros ou vindos de vizinhos da América Latina. Eles mandam maravilhas como o xolotl (R$ 51,00), de tequila, licores de morango e umeshu mais morango, clarificado e servido no copo com sal de especiarias, e o minduim (R$ 51,00), de cachaça, rum, saquê, pasta de amendoim, agave e cítricos, transformado num líquido límpido que remete a uma batidinha no sabor. Também conectada com o mundo, a chef Manu Buffa ra, de Curitiba, é sócia de Márcio na empreitada junto dos empresários irmãos Nicholas e Gabriel Fullen. No cardápio, executado no dia a dia por Rafael Nigri (ex-Tanit) e equipe, moram sugestões como a língua de wagyu hipermacia com molho XO e missô adocicado de castanha-de-caju sobre arroz basmati (R$ 68,00). Aprovado. Se um dia Márcio disse que pensava em desistir de empreender no Brasil, parece que a mudança de ideia foi bem acertada.

Informações checadas entre julho e agosto de 2024.