Boucherie

Resenha por Arnaldo Lorençato

O Chez Claude mudou. E bastante.

Em vez do único restaurante que existia originalmente desde 2020, o endereço do Itaim Bibi incorporou imóveis vizinhos e se transformou no pequeno complexo gastronômico Le Quartier, montado neste ano e ainda com novidades pela frente. Acabam de chegar por lá o Bar do Quartier, comandado com competência pelo bartender Esteban Ovalle, e o Boucherie, tema desta minha crítica.

Importado do Rio de Janeiro e com salão próprio, o restaurante tem como proposta um interessante sistema de rodízio. Escolhe-se uma carne, peixe ou frango e chegam à mesa mais de uma dezena de guarnições — de doze a catorze. Para começar a refeição, vai bem o pastel de carne (R$ 32,00 o par). O recheio untuoso e para lá de generoso é envolto em uma massa pipocadinha e dourada.

A fraldinha escalada como prato principal custa R$ 120,00 em peça de 250 gramas. Embora seja uma carne fibrosa, veio bem macia e poderia ser um pouco úmida. Os acompanhamentos são quase todos muito bons e podem ter alguma variação a cada dia. Na minha visita, provei batatas chips sequinhas, uma crocante farofa de farinha panko, outra versão feita de farinha de mandioca com bacon, tomate assado coberto por farofa, polenta cremosa com muito parmesão, purê de mandioquinha, chamada de batata-baroa na capital fluminense, feijão-branco no molho de tomate com bacon, batata sautée, chuchu gratinado com um exagero de queijo gruyère que apaga por completo o sabor da hortaliça, a lentilha cozida com bacon de sabor intenso, o quiabo refogado que poderia estar mais firme e o arroz maluco (com fios de cenoura, castanha-de-caju e ovo).

De sobremesa, há o crumble de maçã cozida numa calda com especiarias na companhia de sorvete de baunilha (R$ 36,00), que ficaria muito melhor sem o excesso de massa crocante que vem por cima.

Informações checadas em novembro de 2022.

• Claude Troisgros
• Itaim Bibi