A Baianeira Masp

Resenha por Arnaldo Lorençato

De um sobradinho muito simples na Barra Funda, que existe até hoje (Rua Dona Elisa, 117, tel. 2538-0844), o A Baianeira migrou para o segundo subsolo do museu com a maior coleção de arte europeia da América Latina. É nesse cenário que a chef Manuelle Ferraz, mineira de Almenara, no Vale do Jequitinhonha, atinge o ápice criativo. Secundada por uma equipe competente de cozinha e salão, ela propõe sugestões como o escondidinho de sururu (R$ 39,00), marisco raro de se encontrar em São Paulo, coberto por um creme sedoso de mandioca salpicado de migalhas de pão de queijo. Os entrantes incluem ainda o pastel do dia (R$ 20,00), de formato tubular e recheio que pode ser o de abóbora com quiabo, uma delicinha, e uma posuda e apetitosa vieira afrancesada pelo untuoso molho beurre blanc colorido por açafrão da terra, ovo caipira e ovas de tainha (R$ 42,00). A galinha caipira ensopada, servida aos domingos, vem também com creme de mandioca, farofa de cebola e saladinha de tomate (R$ 72,00). Muito bom, esse prato tem versão vegana com berinjela tostada (R$ 62,00). Complementam a costelinha de porco caramelada o tartare de abacaxi, o pirão de feijão e o arroz soltinho (R$ 72,00). Clássica sobremesa nacional, o manjar de coco tem a parceria de calda de ameixa, mas feita com rapadura (R$ 29,00). Preste atenção à carta de vinhos selecionada por Cassia Campos e Daniela Bravin, do bar Sede261: reúne rótulos produzidos apenas por enólogas, mostrando o poder feminino também no segmento vinícola.

Informações checadas entre agosto e setembro de 2023.