Amay Patisserie

Resenha por Cintia Oliveria e Saulo Yassuda

Muitos confeiteiros poderiam encarar a ausência de glúten como uma barreira na criação de doces. Mas esse, definitivamente, não é o caso de Aya Tamaki, 52. A paulista de Leme comanda a doceria, aberta em fevereiro, que conquista o título de melhor de sua categoria pelo COMER & BEBER 2023. Formada pela Le Cordon Bleu de São Paulo, Aya se inspirou no estilo minimalista das confeitarias do Japão para criar a loja, com paredes forradas de painéis de madeira clara rodeados de mesinhas brancas. A linha de sobremesas yogashi, a interpretação da confeitaria japonesa contemporânea para os doces ocidentais, com teor moderado de açúcar, não leva glúten — o trigo sai de cena para dar lugar a farinhas de amêndoa, de arroz e de outros cereais. Uma delicadeza só, a charlotte de frutas (R$ 27,50) recebe creme bavaroise de yuzu (fruta cítrica de origem asiática, híbrida da tangerina), cobertura de frutas vermelhas e biscoito cuillère, versão francesa do champanhe. Outra pedida é o levíssimo rocambole de matchá (R$ 9,50), pão de ló enrolado em recheio cremoso com agradável amargor do chá verde. Surpreendente, a torta de chocolate (R$ 27,50) tem massa de cacau na base e ganache aromatizada com a erva asiática shissô, além de chantili e telha de chocolate. Atração à parte, a máquina da importadora Mega Sake, de Fabio Ota, marido de Aya, permite a venda da bebida em doses (a partir de R$ 36,00, 60 mililitros) que harmonizam com as guloseimas.

Informações checadas entre agosto e setembro de 2023.