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Em julho, São Paulo recebe a segunda montagem brasileira de West Side Story

"Esperei minha carreira toda para este momento", disse o ator Beto Sargentelli, que interpreta Tony, à Vejinha; estreia será na próxima sexta-feira (8)

Por Tomás Novaes
Atualizado em 27 Maio 2024, 21h49 - Publicado em 1 jul 2022, 06h00
Imagem mostra elenco de pessoas pulando ao mesmo tempo, com os braços abaixados.
Coreografia original: a trupe dos Jets Boys. (Heloísa Bortz/Divulgação)
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Um divisor de águas. É assim que o tradutor mineiro Claudio Botelho enxerga West Side Story, peça que ganha, a partir de sexta (8), sua segunda montagem na cidade. A primeira rolou em 2008, no Teatro Alfa, em Santo Amaro, com 100 apresentações do clássico de Leonard Bernstein, estreado na Broadway em 1957.

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Capitaneada desta vez pelo diretor paulista Charles Möeller e por Botelho, que também assinou a adaptação das letras de Stephen Sondheim naquela versão nacional, a edição atual chega catorze anos depois ao palco do Teatro São Pedro, na Barra Funda, com 25 récitas. “Costumo dizer que a gente faz teatro musical porque um dia a gente viu West Side Story. É um espetáculo significativo para quem trabalha no segmento”, reforça um Botelho entusiasmado.

Imagem mostra cinco pessoas em pé. Duas, um homem e uma mulher, aparecem abraçados ao centro
Os protagonistas: abraçados, Giulia Nadruz como Maria e Beto Sargentelli como Tony. (Heloísa Bortz/Divulgação)

Trata-se de um Romeu e Julieta nova-iorquino ambientado no bairro pobre de Upper West Side. Narra a história de Tony e Maria, membros de gangues rivais que se apaixonam e acirram a disputa entre os Jets, americanos, e os Sharks, imigrantes porto-riquenhos. O romance ganhou duas adaptações para o cinema: a primeira em 1961, premiada com dez Oscar, incluindo os de melhor filme e melhor direção para o cineasta Robert Wise, e outra em 2021, dirigida por Steven Spielberg, remake que faz jus ao clássico ao mesmo tempo que trouxe frescor à produção, com músicas recontextualizadas e um elenco com atores e atrizes latinos.

A segunda versão em palcos brasileiros também traz novidades. Diferentemente do que ocorreu com a montagem de 2008, a dupla Möeller e Botelho decidiu comprar os direitos da coreografia original de Jerome Robbins e apresentá-la sem alterações no palco do São Pedro. “A coreografia é parte da obra, assim como a música e as letras. Seria quase como você comprar a Bíblia e não comprar algum versículo”, conta Botelho.

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Sobre a escolha do elenco, ele se mostra mais que satisfeito com o resultado. “De 2008 pra cá, o elenco de musicais no Brasil evoluiu muito. A gente tem uma equipe que considero impecável, desde os papéis pequenos feitos por profissionais tarimbados e capazes, mesmo jovens. São papéis muito difíceis, a dança é muito difícil”, garante.

Encomendado primeiramente pelo Teatro Municipal do Rio de Janeiro para celebrar o centenário de Bernstein, em 2018, mas que acabou não se concretizando, o projeto encontrou futuro na capital paulista por convite do secretário da Cultura do Estado de São Paulo, Sérgio Sá Leitão. O espetáculo estava previsto para estrear em abril de 2020, mas foi interrompido duas semanas antes da estreia.

“A gente quase morreu na época, de frustração. Porque estava tudo pronto”, diz Botelho. Beto Sargentelli, 30, que interpreta Tony, conta que foi como receber “um balde de água fria” — especialmente se tratando de uma obra tão aclamada e aguardada pelo elenco. “’West Side Story’ acabou sendo um fio de esperança por todo esse processo de pandemia. Sabia que a gente tinha de voltar. Isso nos deu esperança para passar por esse período traumático”, acredita.

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Sobre Tony, o ator paulistano conta que sempre foi a “menina dos olhos”. “É um papel dos sonhos, acho que quase todo ator tem esse sonho de interpretá-lo. É muito marcante. Praticamente esperei minha carreira toda para este momento, e vivenciar isso sob direção do Charles e do Claudio, que são grandes apreciadores da obra, é ainda mais especial”, afirma.

O elenco, com 31 nomes, conta ainda com Giulia Nadruz no papel de Maria, Ingrid Gaigher como Anita, André Torquato na pele de Riff e Guilherme Logullo na interpretação de Bernardo. Com acompanhamento da Orquestra do Theatro São Pedro, regida por Cláudio Cruz, o musical permanece em cartaz até o dia 7 de agosto.

> 14 anos (135min). Teatro São Pedro. Rua Barra Funda, 161, Barra Funda, ☎ 3221-7326. → Ter., qui., sex. e sáb., 20h; dom., 17h. De sexta (8) a 7 de agosto. R$ 30,00 a R$ 80,00. FOTOS HELOÍSA BORTZ/DIVULGAÇÃO theatrosaopedro.org.br

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Publicado em VEJA São Paulo de 6 de julho de 2022, edição nº 2796

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