Vermelho – Rouge, em francês – é a cor dominante da exposição de Henri de Toulouse-Lautrec, no Masp. O tom vibrante que pinta as paredes do 1º andar do museu é também preponderante em pinturas como o retrato do amigo Paul Viaud vestido como um almirante do século 18 e das madeixas de muitas das prostitutas que o pintor passava horas para retratar.
Com 75 obras – nove das quais integram o acervo permanente do Masp – a mostra Toulouse-Lautrec em Vermelho propõe um mergulho no mundo e produção do pintor francês. Nascido em 1964, Toulose-Lautrec viveu o auge da Belle Époque. Na cidade das luzes, se descobria o cinema, inauguravam cabarés, e estilos como o pós-impressionismo e art nouveau eram aplaudidos. Seduzido pela vida boêmia, o pintor se importava em retratar o que acontecia durante a noite por ali: prostitutas e seus clientes, cafetões, shows de cancan e bailes que atraíam multidões.
Convidado a fazer os pôsteres de divulgação do cabaré Moulin Rouge (sim, o mesmo do filme estrelado por Nicole Kidman e Ewan Mcgregor), o artista podia ganhar dinheiro com a arte e ainda bancar seus vícios boêmios (ele chegou a assinar um drink, o terremoto: mistura de absinto com conhaque).
Assim como seus retratados, Toulouse-Lautrec também vivia à margem da sociedade. Por conta de uma doença congênita (seus pais eram primos) e após dois tombos na juventude, ele desenvolveu um grave problemas nas pernas. Manco e de baixa estatura, ele via seu consolo nos cabarés. Locais que, ao mesmo tempo, eram a matéria-prima da sua arte.
Masp. Terça a domingo, 10h às 18h; quinta, 10h às 20h. Em julho, também abre às segundas, das 10h às 18h. R$ 30,00. Grátis às terças.