A hora de escolher uma peça pode virar um grande dilema para alguns casais. Pensando nisso, selecionamos espetáculos que vão agradar às mulheres e outros que têm mais a cara dos homens. Assim, todos ficam felizes. Veja nossas opções.
PARA ELAS
O drama mostra de forma sensível o complicado relacionamento de quinze anos entre o escultor Auguste Rodin (1840-1917) e sua discípula Camille Claudel (1864-1943). Recém-chegada a Paris, a jovem Camille (interpretada por Melissa Vettore) torna-se amante de Rodin (papel de Leopoldo Pacheco). A intuição dela e o apuro técnico dele criam um embate marcado pela competitividade e pelas diferentes visões de geração e do amor. Porque elas vão gostar: Camille Claudel foi uma figura fascinante que teve um fim trágico por ser uma mulher de atitude em uma época que isso não era permitido. Para ver e refletir sobre o papel da mulher no passado e hoje em dia.
A argentina Maitena Burundarena conquistou leitores pelo mundo com a exata noção de quanto as mulheres podem perturbar o sexo oposto quando se “alteram”. Se Maitena transmite isso nas charges, a montagem dirigida por Eduardo Figueiredo é fiel ao espírito da desenhista. Por que elas vão gostar: As tiras de Maitena fazem um retrato feminino muito preciso e engraçado sem estereótipos e a peça tenta seguir a mesma regra.
Claudia Raia protagoniza o musical lançado em 1966 e levado às telas pelo diretor Bob Fosse em 1972. Ambientada em uma casa noturna de Berlim na década de 30, a peça aborda o relacionamento da prostituta Sally Bowles (interpretada por Claudia) com o escritor americano Cliff Bradshaw (papel de Guilherme Magon). Por que elas vão gostar: Duas belas e trágicas histórias de amor são retratadas em uma época em que as mulheres começavam a ter um papel mais atuante na sociedade, que estava em frangalhos por culpa das decisões dos homens. E também porque os figurinos são arrazadores.
Lilia Cabral interpreta com carisma uma solteirona às vésperas de completar 50 anos. Prometida ao fictício São Djalminha depois de um parto difícil, a personagem-título leva seus dias em meio a simpatias em busca de casamento. Por que elas vão gostar: O universo feminino tradicionalmente brasileiro é mostrado com muito bom humor e sensibilidade.
Ambientada em uma clínica de estética, a comédia musical interessa por trazer um tema atual: a obsessão das mulheres por tratamentos de beleza. Por que elas vão gostar: A atual obsessão pelo corpo perfeito é alvo de crítica da comédia. Faz pensar sobre a realidade estética opressiva que as mulheres de hoje são obrigadas a lidar.
PARA ELES
Criado para um teleteatro, o drama ganhou projeção graças ao filme de Sidney Lumet, produzido em 1957. A história de uma dúzia de sujeitos encarregados de chegar a um veredicto é montada sob a direção de Eduardo Tolentino de Araújo. Por que eles vão gostar: Drama cheio de tensão e suspense com diálogos afiados, os fortes embates entre os personagens exalam testosterona.
O ator Marco Ricca dá vida ao bicheiro, privilegiando mais seu lado cafajeste e menos a vilania. Nascido na pia de uma gafieira, Boca compensa o complexo de inferioridade trocando a dentadura natural por uma feita de ouro. Por que eles vão gostar: Personagem violento e cafajeste, o bicheiro é um macho-alfa em todos os sentidos. Boca é como um Tony Montana (personagem de Al Pacino no filme Scarface) à brasileira. Que homem não gosta da trajetória de um gângster?
Tim Maia – Vale Tudo, O Musical
Danilo de Moura substitui com garra Tiago Abravanel na pele do cantor e compositor Sebastião Rodrigues Maia (1942-1998). À frente de dez atores e sete instrumentistas, ele canta bem e afinado as 25 canções e empenha-se ao dar vida ao personagem, recriado dos 12 aos 55 anos. Por que eles vão gostar: Musicais muitas vezes são vistos como coisa de ‘menininha’, mas Tim Maia teve uma vida para lá de atribulada, com passagens engraçadas e dramáticas na mesma medida. Além disso, nada de musiquinhas tipo Broadway. Aqui tem suingue nacional!
Tema central da comédia, o limite da tolerância é abordado por meio de piadas nada explícitas. Por que eles vão gostar: Uma comédia não precisa ser chula para que os homens gostem. Arte é um ótimo exemplo de que fazer rir também pode fazer pensar. Neste caso, o universo masculino da amizade permeia a discussão.