O que você esperava desse registro tão íntimo?
Sonhava em passar dos 5 000 espectadores, número que a maioria dos documentários e produções independentes não consegue romper. No Festival de Brasília, tivemos uma forte acolhida da plateia e ganhamos o prêmio de melhor documentário pelo júri popular. Isso alimentou as esperanças. Eu também quis fazer uma campanha de divulgação, porque acredito que o filme trata de questões ainda pouco debatidas no Brasil, como o suicídio.
Você consegue perceber a reação das pessoas após as sessões?
A resposta do público é muito comovente. Alguns espectadores dizem que enxergam no filme as “suas Elenas”, pessoas queridas que se foram. Outros se identificam com a minha irmã pelos sonhos e angústias dela. Nos festivais no exterior, ouvi histórias impressionantes. Uma grega me disse que a fita a fez pensar num namorado que perdeu, além de revigorar o seu desejo de fazer um filme sobre isso. Na África do Sul, uma mulher refletiu sobre a ligação dela com as seis irmãs. E teve um homem na Polônia cuja lembrança foi a trajetória de seu pai suicida.
Ficou alguma coisa de fora que será incluída no DVD?
Sim, teremos nos extras mais detalhes sobre o envolvimento político dos meus pais e o período em que eles viveram na clandestinidade. Haverá ainda a infância de Elena e o momento em que, no meio de uma crise de depressão, ela foi para a Amazônia. Também vou aprofundar a questão da culpa da minha mãe. O DVD deve ser lançado até o início de 2014.
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