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Três perguntas para Marieta Severo

A atriz carioca estreia no Teatro Faap o elogiado drama épico Incêndios

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 5 dez 2016, 14h05 - Publicado em 12 set 2014, 23h00
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  • Como você vê o sucesso de crítica e público da peça?

    Tenho quase cinco décadas de carreira e sei que isso é muito raro na vida de um ator. Com sorte, acontece três ou quatro vezes, mas arrisco uma explicação. Vejo espetáculos picotados, muitos musicais, esquetes cômicos. É preciso ter de tudo, claro. Mas nem sempre as pessoas querem apenas ver uma peça e sair para jantar. Oferecemos uma refl exão, e acho que atingimos um público que busca um espetáculo de intensidade dramática. As pessoas se surpreendem, publicam impressões na internet. É raro ver isso.

    A personagem é uma ex-militante política, e você viveu exilada entre 1969 e 1970. De que forma usou a experiência pessoal?

    Minha inspiração começa nas muitas mulheres mortas ou estupradas durante a ditadura militar, gente que conheci. Eu quero falar do que a minha geração passou, tanto que dedico o trabalho à estilista Zuzu Angel (1921-1976). O texto pode ser ambientado no Oriente Médio, como este, ou em qualquer outro lugar. Mas, quando trato de carrascos, trago à tona meus fantasmas. Falo também dessa guerra civil camufl ada vivida no Brasil que pode ser vista da janela da nossa casa. Pelo menos da minha, eu vejo.

    Com o fim do seriado A Grande Família, você deve entrar em uma novela e fazer menos teatro?

    A TV nunca foi empecilho para fazer teatro, mas o seriado facilitava minha vida. Gravava três dias por semana. Mas só vou pensar em novos trabalhos em 2015. Tive, inclusive, a sensatez de recusar um fi lme. Agora, fi carei no Rio de Janeiro de segunda a quinta, aproveitando um pouco essas férias, e em São Paulo de sexta a domingo, com a peça.

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