The Town 2025: Ludmilla, Duquesa e mais artistas revelam detalhes dos shows

O The Town 2025 começa neste sábado (6), e a Vejinha conversou com alguns destaques do line-up. Confira, a seguir, como serão os shows de Ludmilla, Duquesa, Priscilla, entre outros nomes da programação — que também falaram sobre novidades em suas carreiras.

STACEY RYAN

Stacey Ryan é um desses novos talentos que, em tempos de redes sociais e algoritmos, viralizam com vídeos musicais. A jovem cantora e compositora canadense, dona de uma técnica vocal apurada e uma sonoridade pop com pitadas de jazz, R&B e folk, estourou na internet em 2022, com as músicas Don’t Text Me When You’re Drunk e Fall in Love Alone.

A sua jornada de sucesso repentino, com todos os louros e desilusões do caminho, está nas letras do seu novo disco, Blessing in Disguise (2025). “Sem o TikTok eu não estaria falando com você agora, mas houve desafios. As redes sociais, que começaram como algo divertido para mim, passaram a me deixar ansiosa, sempre com a expectativa do viral”, diz a artista, que também se mudou para Los Angeles para seguir seu sonho.

“Cada música desse álbum é uma lição que aprendi nesse período”, completa ela, que se apresenta em formato de trio, no São Paulo Square, neste sábado (6), às 19h30. “Estou muito animada para adicionar elementos da bossa nova no show, com um pouco de português, quem sabe”, diz a musicista, apaixonada pela música brasileira. “Nos meus estudos, passei anos ouvindo Tom Jobim, Astrud e João Gilberto. Me inspirei nesses ícones durante toda a minha carreira.”

SUPLA E INOCENTES

O encontro de Supla e Inocentes no palco The One, neste domingo (7), às 14h40, promete ser eletrizante. “Vai ser um show bem para cima, vejo como uma ‘punk rock party’, nesse dia que também tem Green Day, Iggy Pop”, diz o carismático roqueiro paulistano. São Paulo é o berço também da banda de Clemente, Anselmo Monstro, Nonô e Ronaldo Passos — não à toa ambas as atrações têm músicas que levam o nome da capital paulista em suas discografias. “São Paulo é aquela cidade de mil oportunidades, mas que também pode te pegar, mastigar e cuspir para fora”, descreve Supla.

O encontro também evoca as origens de ambas as trajetórias musicais: os anos 80, na efervescência do punk rock nacional. “O punk costuma trazer críticas ao governo, o que vem muito daquela época, pós-ditadura. Hoje vivemos um momento político tenso, um prato cheio para falar do que acontece, mas acho que a internet nos deixou muito ensimesmados”, comenta o artista. Pelo menos o gênero estará muito bem representado no festival.

DUQUESA

Não dá para perder o show de uma das maiores artistas do rap nacional, Duquesa, na sexta-feira (12), às 18h15, no estreante palco Quebrada. Com rimas afiadíssimas e batidas viciantes, a artista vem lançando um trabalho melhor que o outro, com a sequência de discos Taurus (2023), Taurus, Vol. 2 (2024) e o mais novo, SIX. (2025).

Algumas faixas do último serão tocadas pela primeira vez ao vivo em Interlagos. “Meu show tem como foco principal promover o protagonismo feminino, esse é o nosso ápice, do início ao fim”, define. Fuso, Purple Rain e 99 Problemas são alguns hits que não devem faltar na setlist. A rapper baiana vive em São Paulo há três anos. “É desafiador ter destaque em uma cidade tão grande, espero que eu consiga cumprir minha missão de mostrar para o eixo que existem talentos fora daqui também”, diz.

Pela capital paulista, Duquesa gosta dos lanches do Fatz e de dar um rolê no parque quando tem um final de semana livre — o que, pelo seu sucesso crescente, deve ser cada vez mais difícil. “Estamos vivendo um momento novo e favorável para as mulheres, a volta da autoestima, a feminilidade e o destaque dentro do rap.”

OS GAROTIN E MELLY

Vale chegar cedo para conferir quatro das vozes mais especiais da cena musical brasileira juntas no palco The One, no último sábado (13), às 14h40. Trata-se do trio gonçalense Os Garotin, formado por Anchietx, Cupertino e Léo Guima, que convida a baiana Melly. “Será um show completo, com metais, as músicas que a galera mais gosta, vamos com tudo”, diz Cupertino, animado.

Ambas as atrações trazem a black music como estrela-guia, com arranjos suingados e um arsenal de melismas — tanto a banda quanto a cantora lançaram os seus discos de estreia em 2024. “É um encontro muito feliz, admiro muito o trabalho dos meninos, a conexão foi instantânea”, comenta a artista.

No repertório, não devem faltar hits como Nossa Resenha e Cacau, com trocas interessantes nos vocais. Todos estão preparando novos álbuns. “Tenho um disco engatilhado, no início do próximo ano já lanço uma pedrada forte”, revela Melly. “No nosso próximo disco, vamos explorar mais os feats (participações especiais)”, diz Anchietx. “De repente uma coisa gringa aí, gente que ouvimos muito, músicos incríveis muito reconhecidos lá fora”, adianta Cupertino.

PRISCILLA

“Quem gosta de música vai pirar”, define Priscilla sobre o seu show no segundo sábado (13), no palco The One, às 17h. Virtuosa da voz, a cantora paulista ainda receberá a participação de Luccas Carlos e do coral The Ghetto Heart Choir, formado especialmente para a apresentação.

“Podem esperar muita musicalidade. Nós criamos um espetáculo inédito e exclusivo, tem o meu repertório autoral, mas reproduzimos essas músicas com riffs e bases de faixas icônicas da black music, que foi a minha grande escola.” Serão cerca de dezesseis pessoas no palco. “Será o nosso parque de diversões, preciso tomar cuidado para não explodir de alegria, porque vou estar na sala de casa, fazendo o som que eu gosto e que ouço desde criança”, conta.

A artista ficou conhecida nacionalmente ainda na infância, como apresentadora do programa infantil Bom Dia & Companhia, no SBT, e depois trilhou uma trajetória musical que começou no gospel e, desde 2021, enveredou para o pop — em 2025, Priscilla completa vinte anos de carreira. “Estou no meu melhor momento, especialmente a nível pessoal. Me sinto muito realizada e orgulhosa, foram muitos desafios, ninguém prepara uma criança para viver toda a sua infância e adolescência na mídia”, diz ela, que começa a preparar o caminho para a sua nova “era” musical.

“Estou finalizando a produção e a composição do disco, é um álbum confortável para mim. Vou mostrar algo no The Town, não tenho nem data de lançamento, mas já vou entregar uma coisa que os fãs vão amar muito”, deixa no ar.

GERALDO AZEVEDO

Grande da música popular brasileira, Geraldo Azevedo receberá Juliana Linhares no palco Factory, no último domingo (14), às 19h25. “Estou muito honrado por esse convite. Vou com o maior gás, vai ser um show com banda”, conta o cantor e compositor pernambucano, que acaba de fazer uma extensa turnê junina e, no início do ano, outra temporada de shows em comemoração dos seus 80 anos. “Eu nunca senti essa idade dentro de mim, porque cantar e tocar dá muito vigor na vida da gente”, afirma — quem o viu em cima do palco recentemente pode atestar que o que não falta é energia.

“Vai ser um show muito quente. Vou levar alguns clássicos da minha carreira, mas também um pouquinho de Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Chico César. Terá canções, não posso deixar de cantar Dia Branco, e muitos ritmos: xote, xaxado, baião, galope, frevo”, conta. Geraldo já dividiu o palco com Linhares em outras ocasiões — a cantora potiguar, também vocalista da banda Pietá, tem um timbre de voz e uma interpretação marcantes. “Ela tem uma riqueza muito forte e um domínio de palco maravilhoso, vai ser um espetáculo muito especial.”

LUDMILLA

Prestes a lançar um novo álbum focado no R&B, a estrela carioca Ludmilla volta ao The Town no segundo domingo (14), às 21h55, no palco The One. Seu show em 2023 foi um dos mais elogiados na estreia do festival, então a expectativa é alta para esse retorno. “Carrego comigo todo o carinho que recebi na primeira edição e em tantos outros palcos que marcaram a minha trajetória e me tornaram uma referência em grandes shows no Brasil”, diz a cantora.

Os singles mais recentes da artista, Paraíso e Cam Girl, dão o tom do seu novo momento musical, com muita sensualidade. Terá novidades no show — “a apresentação como um todo é um spoiler, só isso que eu posso dizer (risos)”, confessa. “O álbum sai ainda este ano. Fazer R&B no Brasil é um desafio enorme, porque é um gênero que ainda é tímido por aqui, não recebe tanto investimento, apoio das gravadoras ou destaque editorial nas plataformas”, comenta, citando o impacto do seu projeto de pagode, o Numanice, como objetivo. “Foi uma grande luta tornar o pagode uma grande sensação após o auge nos anos 1990. Mas eu gosto desses desafios, de abrir caminhos, e quero fazer isso com o R&B”, afirma.

No repertório também vão pintar outras fases da sua carreira. “Terá os grandes sucessos e também o que os fãs chamam de ‘hits injustiçados’, que nunca foram performados ao vivo”, detalha. Ludmilla completou 30 anos em abril e, em maio, se tornou mãe pela primeira vez, da pequena Zuri, ao lado da sua esposa, a dançarina Brunna Gonçalves. “Está sendo uma fase linda. Sinto que ainda muito jovem já construí uma história sólida, cheia de conquistas. Ser mãe trouxe uma nova dimensão para a minha vida, me ensinou a enxergar o mundo com mais calma, mais responsabilidade e muito mais amor.”

Publicado em VEJA São Paulo de 5 de setembro de 2025, edição nº 2960

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