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SP-Arte: confira os pontos altos direto do lounge da Vejinha

Em espaço exclusivo no segundo andar da feira, VEJA SÃO PAULO recebeu artistas, galeristas e frequentadores para boas conversas e troca de ideias

Por Fábio Codeço
12 abr 2024, 06h00
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Pavilhão da Bienal: 32.000 visitantes em cinco dias. (Camila Maia/Veja SP)
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Pela primeira vez, a Vejinha teve um espaço dentro da SP-Arte, na edição comemorativa de vinte anos da maior feira de arte da América do Sul. Durante cinco dias, de 3 (apenas para convidados) a 7 de abril, a equipe da revista percorreu os 21 quilômetros de corredores e rampas do histórico Pavilhão da Bienal com o intuito de transmitir aos leitores a atmosfera pulsante do evento, visitado por 32 000 pessoas. Conversamos com frequentadores, artistas e galeristas, nacionais e internacionais, como Mariano e Canela Ugalde, da boliviana Salar, que destacou o fotógrafo contemporâneo Gastón Ugalde, falecido no ano passado.

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Canela e Mariano: homenagem ao pai, o fotógrafo boliviano Gastón Ugalde. (Camila Maia/Veja SP)

Numa edição com forte presença latino-americana, encontramos também Gabriela Rangel, ex-diretora do Malba, em Buenos Aires, hoje à frente da Galería RGR, do México. Proprietário da Zielinsky, com matriz em Barcelona, o gaúcho Ricardo Zielinsky revelou que em junho inaugura em Higienópolis uma filial da sua galeria, focada em artistas ibero-americanos.

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Gabriela Rangel: ex-diretora do Malba, à frente da mexicana RGR. (Camila Maia/Veja SP)
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Ricardo Zielinsky: filial paulistana de galeria com matriz em Barcelona. (Camila Maia/Veja SP)

Em uma parceria inédita com a SP-Arte e apoios da Unipar e da cervejaria artesanal Blue Moon, nosso lounge teve um espaço agradável, decorado com móveis do designer Aristeu Pires (leia mais abaixo), entre eles a afamada poltrona Pitu, feita de madeira maciça, com assento e encosto estofados com lona verde, e o banco Zaha.

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Lounge da Vejinha: ponto de encontro. (Camila Maia/Veja SP)
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Adriano Araújo: coordenador de projetos sociais da Unipar. (Camila Maia/Veja SP)

O lounge foi retratado pela artista visual Adriana Ferla. “Desde que comecei a desenhar, cultivo o hábito de registrar cenas cotidianas. Não são desenhos muito descritivos, mas uma síntese do movimento, com poucos traços. Gosto dessa forma aberta.”

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Adriana Ferla: a artista visual registrou cenas durante a feira. (Camila Maia/Veja SP)
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Registros da 20ª SP-Arte: por Adriana Ferla. (Camila Maia/Veja SP)

Completou o ambiente o tapete em formato orgânico da Punto e Filo, empresa responsável por reconstruir a tapeçaria de Tomie Ohtake consumida por um incêndio no anfiteatro do Memorial da América Latina, em 2013. “Cinquenta artesãos a confeccionaram em uma peça única e, em grande parte, à mão”, contou Marinho Pisaneschi, diretor da marca.

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Ali, recebemos visitantes para boas conversas. “Sempre saio daqui inspirado”, resumiu o diretor teatral Felipe Hirsch, que passou por lá na companhia do ator Guilherme Weber. “As artes todas se intercambiam. Para fazer Fantasmagoria IV (peça dirigida por Hirsch, em cartaz até domingo 14, no Sesc Consolação), eu pensei muito no Lucian Freud e no Francis Bacon”, exemplificou Weber.

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“Sempre saio inspirado”, Felipe Hirsch, diretor de teatro; “É um banho de civilização, de humanidade e de cultura”, Guilherme Weber, ator. (Camila Maia/Veja SP)
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“É uma feira diferente, muito tropical, colorida”, Sebastião Salgado, fotógrafo. (Camila Maia/Veja SP)
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“As pessoas têm medo de galeria. Aqui há uma descontração no ar, que aproxima o público”, Guto Lacaz, artista multimídia. (Camila Maia/Veja SP)

“A feira tem a capacidade de apresentar ao grande público artistas que muitas vezes você só vai ver em museus e galerias”, pontuou o artista Vik Muniz. “Talvez seja o maior momento de conexão entre artista e colecionador”, acrescentou Dee Lazzerini, que aproveitou o público numeroso para oferecer versões menores de suas esculturas cravejadas de alfinetes — e vendê-las por um valor abaixo da média, 5 000 reais cada, para arrecadar fundos para uma instituição de caridade dedicada a crianças com câncer.

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Vik Muniz no lounge da Vejinha: conexão com o grande público. (Camila Maia/Veja SP)
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Dee Lazzerini: vendas impulsionadas pela feira. (Camila Maia/Veja SP)
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Thereza Collor: colecionadora e admiradora das artes. (Camila Maia/Veja SP)
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Julius Wiedmann: inovação na editora Afluente. (Camila Maia/Veja SP)

Para a fundadora, Fernanda Feitosa, a seleção deste ano reflete a pluralidade do mercado e da sociedade. “Uma tendência forte é esse olhar mais atento para a arte produzida no nosso país fora do Sul e do Sudeste. Houve uma valorização dos regionalismos, da riqueza do Norte, do Nordeste e do Centro-Oeste. A SP-Arte foi um retrato de um Brasil plural, que sonha alto. Esse movimento e a comunidade que envolve a feira foram muito bem cobertos pela VEJA SÃO PAULO”, afirmou. Em 2025 tem mais.

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Fernanda Feitosa: olhar apurado para dentro e fora do país. (Camila Maia/Veja SP)
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“Vejo como momento de sincronia, troca e atualização”, Marcello Dantas, curador. (Camila Maia/Veja SP)

* Com reportagem de Humberto Abdo, Júlia Rodrigues, Juliana Bueno, Laura Pereira Lima e Mattheus Goto.

Cadeiras que abraçam

Estreia na SP-Arte, o designer Aristeu Pires prioriza o conforto e as memórias afetivas em suas peças

O que o CEO da Google, Sundar Pichai, e o cantor Gilberto Gil têm em comum? Ambos são admiradores e possuem em casa móveis criados pelo designer Aristeu Pires. O baiano foi um dos estreantes do setor de design da SP-Arte, que contou com 67 expositores, um número que cresce a cada edição. Entre os destaques do seu estande estava a peça mais vendida da marca, a chaise Pitu, lançada em 2016, e uma série de miniaturas colecionáveis, recém-lançada, de ícones do seu portfólio, como a poltrona Gisele, de 2002, uma de suas primeiras invenções. “É incrível ver a expressão no rosto das pessoas quando elas sentam na Pitu, que é feita para ser confortável, como um abraço”, diz Aristeu, que se emociona ao lembrar da inspiração por trás da peça, a filha caçula, Alice, de 13 anos. “Pitu é o apelido da Alice. Quando eu estava mal, ela tinha o costume de me abraçar por trás, sem dizer nada”, lembra. “Minha filha mais velha amamentou minhas netas nessa poltrona. Eu me gratifico quando os móveis viram parte da vida das pessoas, sendo elas famosas ou não”, conclui. A estreia na SP-Arte veio junto de outra novidade: no final do ano passado, a marca foi adquirida pela empresa americana Sossego, que já representava Aristeu nos Estados Unidos havia quase dez anos. (Júlia Rodrigues)

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Aristeu Pires: marca vendida para grupo americano. (Camila Maia/Veja SP)

Publicado em VEJA São Paulo de 12 de abril de 2024, edição nº 2.888.

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