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São Paulo Cia. de Dança apresenta três novas coreografias

O 1º Ateliê de Coreógrafos Brasileiros reúne espetáculos inéditos

Por Livia Deodato
Atualizado em 5 dez 2016, 16h32 - Publicado em 6 dez 2012, 12h22
São Paulo Companhia de Dança - Yoshi Suzuki e Rafael Gomes em ensaio de Azougue, de Rui Moreira
São Paulo Companhia de Dança - Yoshi Suzuki e Rafael Gomes em ensaio de Azougue, de Rui Moreira (Arnaldo JG Torres/)
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A São Paulo Cia. de Dança inicia em 2013 temporada com o projeto 1º Ateliê de Coreógrafos Brasileiros, em que apresenta três trabalhos inéditos e autorais de três diferentes coreógrafos do país.

“A ideia do ateliê é mostrar a produção atual dos nossos profissionais da dança, para que apontem caminhos distintos, permeiem novos espaços, agreguem novas ideias”, diz Inês Bogéa, uma das diretoras da companhia.

As performances já foram encenadas na capital, em dezembro no Teatro Geo, com ingressos ao valor de R$ 10,00. A partir do ano novo o grupo roda o Brasil, mais uma vez a preços populares. As cidades já confirmadas são Caraguatatuba (SP), Vitória (ES) e Piracicaba (SP). Depois, o grupo volta com o projeto para São Paulo, ainda sem data certa.

Para o mês de abril, a SPDC também fará uma turnê pela Europa.

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Projeto Ateliê

O primeiro espetáculo do programa é Pormenores (foto acima), de Alex Neoral. Um belíssimo trabalho de movimentos sobre Andante da Sonata nº 2 e Sarabande da Partita nº 1, ambos para violino solo, de Bach. A violinista Soraya Landim tocará ao vivo as duas peças, no centro do palco, enquanto os bailarinos em duos, executam um balé delicado e ao mesmo tempo impactante. “Quis trabalhar essa relação dos duos porque é muito interessante observar como as forças masculinas e femininas se dividem”, diz Alex. “A forma dos movimentos me atrai. Não existe uma narrativa específica.”

Na sequência, Jomar Mesquita apresenta Mamihlapinatapai, palavra que foi buscar na língua yagan falada na Terra do Fogo e é considerada, pelo Guinness Book, a mais sucinta de todos os vocabulários existentes no mundo. “É muito instingante, ao mesmo tempo em que tem um significado muito poético, denso”, diz Jomar. “Significa um olhar compartilhado entre duas pessoas, quando ambas desejam algo, mas não tomam iniciativa para se aproximarem.” Pela descrição já dá para ter uma ideia do que será apresentado: o espetáculo fala sobre relações através dos movimentos, sempre em duplas. “Quando eu danço, gosto de ter uma mulher para me acompanhar. Sem ela, me sinto nu”, completa, explicando a sua preferência também por duos.

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O último dos inéditos é Azougue, de Rui Moreira. O coreógrafo encontrou no maracatu rural, manifestação carnavalesca pernambucana, o cerne de seu trabalho. A figura dos caboclos de lança é incorporada pelos bailarinos com muito vigor – e surpreende pelo encontro do balé clássico e contemporâneo com uma manifestação tradicional e popular. “Azougue é uma gíria comum lá em Pernambuco, que diz respeito à inquietude”, conta Rui. “É aquele que está vivo e sustenta as agruras do mundo com muita perspicácia.”

Para completar o programa, o espetáculo Bachiana nº 1, de Rodrigo Pederneiras (do Grupo Corpo).

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