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São Luiz do Paraitinga: lugares e passeios imperdíveis

Rafting e cachoeiras estão entre as atrações da cidadezinha histórica, localizada há 200 quilômetros da capital e famosa também por seu Carnaval

Por Fábio Galib
Atualizado em 12 nov 2018, 18h11 - Publicado em 4 fev 2015, 17h54
Vale a viagem - São Luiz do Paraitinga
Vale a viagem - São Luiz do Paraitinga (Fábio Galib/)
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Parecia ser algo improvável, mas São Luiz do Paraitinga deixou de vez para trás a enchente devastadora de 2010. Mesmo o que foi completamente destruído, como a Igreja da Matriz e a Capela das Mercês, acabou sendo  reerguido em pouco tempo. De fato, algumas das construções históricas que desmancharam com as águas do Rio Paraitinga se encontram em ruínas ou cobertas por tapumes. Nada, porém, que abale o charme de outrora da cidadezinha. Ainda vale muito reservar o dia para flanar por suas ruas de calçada estreita e observar os casarões antigos, alguns deles datados do século XVII.

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É no Carnaval, um dos mais tradicionais do estado, que o turismo atinge seu auge. A população, de apenas 10 000 habitantes, multiplica-se por dez e blocos dedicados às marchinhas tomam conta das ruas – e o melhor é que nem precisa de abadá para curtir a folia. Outra festa bem popular entre os luisenses é a do Divino Espírito Santo, que começa quarenta dias depois da Páscoa e reúne apresentações folclóricas, procissões e quermesses.  Atividades mais radicais também têm vez por aquelas bandas. Cravada na Serra do Mar, a cidade guarda um trechinho de parque estadual repleto de trilhas e cachoeiras. As corredeiras fazem dali um destino bom para o rafting, mesmo com as poucas chuvas dos últimos meses. Para repor as energias, o prato típico chamado afogado, um ensopado de carne bovina e courinho de porco, vem a calhar. E por falar em comida, laticínios estão entre os itens que precisam ser trazidos na mala.

Confira a seguir o que São Luiz do Paraitinga tem de melhor:

Passeios no centro histórico

Igreja da Matriz: foram necessários quatro anos de obras para reerguer a Igreja Matriz São Luiz de Tolosa, que havia sido completamente destruída na enchente de 2010. A estrutura é toda nova, mas muitos elementos da antiga construção foram salvos e restaurados – como parte do piso e o altar de mármore. Marco histórico e cultural da cidade, a igreja ganhou um espaço museográfico, onde ruínas do prédio original, datado do século XIX, ficam expostas atrás de vidros. Endereço: Praça Oswaldo Cruz, s/n° | Telefone: (12) 3671-1848. 9h/12h e 14h/17h.

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Capela das Mercês: outra construção que desabou durante a enchente, a pequena capela de 1814 foi a primeira a ser reinaugurada após a tragédia. A fachada ganhou as cores branco e azul, conforme o projeto original. Igualmente gracioso, seu interior preserva os elementos decorativos que foram recuperados, caso da imagem de Nossa Senhora das Mercês, feita de terracota e que havia se partido em mais de noventa pedaços. Endereço: Largo das Mercês, s/nº. Sáb. e dom., 9h/12h e 14h/17h.

Instituto Elpídio dos Santos, Casa de Oswaldo Cruz e Mercado Municipal: para além das igrejas, o centro histórico de São Luiz do Paraitinga guarda outras construções que valem a visita. O Instituto Elpídio dos Santos (Rua Coronel Domingues de Castro, 55 | 12-3671-1108), na antiga casa onde morou o músico luisense, tem um pequeno acervo de fotos e vídeos sobre a cultura da cidade. O endereço é tão famoso quanto o casarão que pertenceu ao médico sanitarista Oswaldo Cruz (Rua Doutor Oswaldo Cruz, s/nº), situado ali próximo, do outro lado da Capela das Mercês. Erguido em 1834, o lugar já abrigou um centro de saúde, um centro de cultura e uma biblioteca e hoje chama atenção por sua bela fachada de arquitetura colonial. Outro ponto turístico da cidade, o Mercado Municipal (Rua Coronel Manoel Bento, s/nº) ainda não está totalmente reestabelecido. Boa parte das bancas ainda está fechada – nada que desabone a visita ao predinho histórico, também datado do século XIX.

Natureza e aventura

Parque Estadual Da Serra Do Mar: cravada no caminho que leva a Ubatuba, São Luiz do Paraitinga abriga o núcleo Santa Virgínia do Parque Estadual da Serra do Mar. São quase 17 500 hectares de vegetação nativa, com duas bases de onde partem seis trilhas: a de Pirapitinga percorre as cachoeiras das Andorinhas, Salto Grande e Saltinho em um trajeto de 5,5 quilômetros de extensão em forma de ferradura – o tempo médio do passeio é de quatro horas. Como as trilhas são monitoradas, é necessário agendar. Endereço: Rodovia Doutor Oswaldo Cruz, quilômetro 78 | Telefone: (12) 3671-9159/9266.

Rafting no Rio Paraibuna: o trecho do Rio Paraibuna que corta o Núcleo Santa Virgínia, no Parque Estadual da Serra do Mar, é perfeito para quem gosta de adrenalina. Fazer rafting ali é um programa clássico – a pouca chuva dos últimos meses fez o rio baixar, mas não a ponto de inviabilizar a prática do esporte. Águas calmas se alternam com corredeiras violentas, piscinas naturais e muitas pedras nas quase seis horas do trajeto, de 10,5 quilômetros (165,79 reais, mais taxa de 44,21 reais do parque). Mais tranquilo, o percurso batizado de Brás Adão tem duração de quatro horas (160 reais). Informações: Cia. de Rafting (12 3671-2665, www.ciaderafting.com.br).

 

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Cachoeira Grande: popular na região, a cachoeira fica entre São Luiz do Paraitinga e a cidade vizinha de Lagoinha, à qual pertence. Basta percorrer 1 quilômetro por estrada de terra para se chegar à propriedade onde fica a queda. Com 38 metros de altura, ela forma um poço raso, bom para nado. Os mais aventureiros podem optar pela tirolesa (20 reais) ou pelo rapel (70 reais) – neste caso, é recomendável ligar antes para se informar. A área, particular, dispõe de facilidades como estacionamento, lanchonete e banheiros e, nos fins de semana e feriados, é cobrada uma taxa de manutenção de 7 reais por visitante. Endereço: Rodovia Nelson Ferreira Pinto, quilômetro 18,5 | Telefone: (12) 3647-1250.

Trilha das 7 Cachoeiras: a trilha fica dentro de uma fazenda que também funciona como pousada. São cinco horas de caminhada entre piscinas naturais e cachoeiras de 10 a 40 metros de altura. No fim do percurso de sete quilômetros, de nível médio, chega-se ao mirante da Laje de Pedra, a mais de 1 000 metros de altura. Organizada somente aos sábados e domingos, a caminhada com guia e almoço custa 100 reais por pessoa. Endereço: Estrada do Pinga, quilômetro 2,5, distrito de Catuçaba | Telefone: (12) 3671-6201.

Comer, beber e comprar

Queijo e cachaça: São Luiz do Paraitinga também é terra de boa cachaça. Na margem da Rodovia Oswaldo Cruz, logo na entrada do Corredor Turístico do Mato Dentro, fica a Destilaria MatoDentro (Rodovia Oswaldo Cruz, quilômetro 35). Além de comprar garrafas da bebida, é possível acompanhar o processo de produção do pequeno alambique, de jeitão artesanal. Ali pertinho fica a fábrica da Bufalat (Rodovia Oswaldo Cruz, quilômetro 37,5, 12-99640-5479), conhecida pelos queijos feitos com leite de búfala. Quem passa na lojinha em forma de chalé, que funciona ao lado, pode levar a delicada ricota ou então a famosa mussarela, redonda e branquinha. Outro laticínio para trazer na mala é o requeijão de prato, feito por produtores rurais da cidade e que tem sabor suave. Servido pela maioria das pousadas no café da manhã, ele tem esse nome graças ao formado de disco e pode ser comprado na Casa do Pão (Rua Coronel Domingues de Castro, 115, centro, 12-3671-1852)

 Afogado: entre passeios e aventuras, vale repor as energias com o substancioso prato típico local. O afogado, herança dos tropeiros, consiste em um ensopado de carne bovina e courinho de porco, temperado com cebolinha, salsa, cominho, pimenta e um pouco de cachaça. Como manda a tradição, o prato deve ser forrado de farinha de mandioca, que forma uma espécie de pirão ao se misturar com o molho. Entre os restaurantes que servem a receita, o mais tradicional deles é o Cantinho dos Amigos (57 reais, para duas pessoas). Endereço: Rua Coronel Domingues de Castro, 121, centro | Telefone: (12) 3671-1466. 11h/22h (sex. até 0h; sáb. até 1h). www.cantinhodosamigos.com.br.

Festas

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Carnaval: nada de axé, trio elétrico ou abadá. O carnaval de São Luiz do Paraitinga é composto apenas de blocos que se esparramam pelo centro histórico para tocar marchinhas compostas pelos moradores da cidade. O curioso é que a festa, uma das mais icônicas do estado e que atrai todos os anos mais de 100 000 foliões, não existia antes de 1982. Conta a história que o Monsenhor Ignácio Gioia, ao chegar à cidade em 1916, proibiu todas as manifestações consideradas profanas. A partir daí surgiu na cidade o mito de que o carnaval causava “rabo e chifre”. Dos cerca de trinta blocos, os mais conhecidos são o Juca Teles e o Maricota.

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Festa do Divino Espírito Santo: começa quarenta dias após a Páscoa, numa sexta-feira, com uma novena. Ao longo de uma semana, há manifestações culturais, como apresentações de congada e dança de fita, bem como procissões e quermesses. Tradicionalmente, o prato típico afogado é distribuído no Mercado Municipal durante esse período. O encerramento se dá com a procissão com a imagem do Divino Espírito Santo e a missa. Programação: (12) 3671-1848 (Casa Paroquial).

Onde ficar:

Fazenda Catuçaba: instalado em um casarão cheio de charme erguido no século XIX, tem quartos divididos em vilinhas. Generosas vistas para rios, lagos e montanhas surgem pela área verde – nela, são incentivados piqueniques, cavalgadas e caminhadas. As diárias custam a partir de 1 092 reais o casal, com meia pensão. Endereço: Estrada Municipal, quilômetro 5 | Telefone: (12) 3671-6153/6158. www.catucaba.com

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Villa Parahytinga: ocupa um antigo casarão de estilo colonial. Parte das treze espaçosas suítes, cujo valor da diária parte de 180 reais, é voltada para o belo jardim interno. Endereço: Rua Coronel Domingues de Castro, 54, Centro Histórico | Telefone: (12) 3671-1171. pousadavillaparahytinga.com.br

Pousada Vila Verde: a cinco minutos de caminhada do Centro Histórico, tem dez apartamentos avarandados. A diária para casal sai por 240 reais. Endereço: Rua Benfica, 63, Benfica | Telefone: (12) 3671-1720.   www.vilaverdeparaitinga.com.br

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