Roteiro analógico por São Paulo: cinco espaços que mantêm a nostalgia viva
Cafés, lojas, feiras e bares convidam a se conectar com o passado

A geração Z tem popularizado tecnologias antigas – câmeras digitais dos anos 2000, fotografia analógica, discos de vinil – e movimentado o mercado nostálgico da cidade. Conheça cinco espaços para fazer uma imersão no passado:
Festival de Filmes Vencidos

Um dos combustíveis que mantêm acesa a chama da fotografia analógica na cidade, a loja Festival de Filmes Vencidos tornou-se parada obrigatória para os nostálgicos de plantão. O casarão antigo na Santa Cecília comercializa diversos tipos de câmera, de filmadoras a polaroid, e outros equipamentos fotográficos, além de oferecer um café, decorado com fotografias enquadradas, vitrola e discos de vinil.
O empreendimento de Belo Horizonte fincou raízes no imóvel em janeiro de 2024, mas a equipe já organizava ações na cidade desde novembro de 2023. “Percebi que a maioria do nosso público era de São Paulo. É uma cidade mais moderna e aberta a experimentar”, conta Athos Souza, criador da iniciativa. Athos começou a se envolver com fotografia na pandemia, após receber um estoque de filmes da distribuidora de um amigo, que ia fechar. Passou a fotografar e veio o desejo de expor as imagens. O que começou como uma série de postagens no Instagram foi virando um negócio — atualmente, vende cerca de quarenta peças por mês. As câmeras são garimpadas por ele e encaminhas para um técnico, que as deixa prontas para uso.

Recentemente, Athos instalou um laboratório de revelação no espaço, que se tornou um sucesso. Só em janeiro, foram 900 filmes revelados — o equivalente a 32 400 fotos. Em quatro dias, e a um valor de 38 reais, as fotos ficam disponíveis digitalmente. O espaço também realiza saídas fotográficas, algumas delas frequentadas por celebridades como a youtuber Maju Trindade. “É bem livre, não tem muita técnica”, conta o proprietário. As pessoas usam os mais diversos modelos de câmera — até mesmo a do celular — e caminham pela cidade, clicando cenas urbanas e aspectos arquitetônicos.
Rua Barão de Tatuí, 240, Santa Cecília, (31) 99290-0051. Ter. a sáb., 10h/19h. Dom., 13h/18h.
Feira de artes da Praça Benedito Calixto

Inaugurada em 1987, a feira acontece aos sábados na praça que fica em Pinheiros. Lá é possível encontrar vinis, câmeras, óculos, itens de decoração, além de artesanatos. São mais de 300 expositores.
Praça Benedito Calixto, Pinheiros. Sáb., 9h/17h.
Feira de antiguidades do Bixiga
A feira ocupa a Praça Dom Orione aos domingos desde 1982, e reúne um pouco de tudo. É possível encontrar móveis de época, livros, discos, roupas de brechó e câmeras fotográficas.
Praça Dom Orione, Bixiga. Dom., 9h/17h.
Domo Bar
São mais de 400 discos expostos, vindos das coleções pessoais dos sócios, Flávio Seixlack, Rodolfo Herrera e Denis Fujito. A coleção de LPs é bastante eclética: jazz, brasilidades antigas, soul, boogie, hip-hop, afrobeat, pop japonês, reggae, rock e ritmos eletrônicos ecoam pelo ambiente, pensado para fornecer uma experiência acústica de ponta.
Rua Major Sertório, 452, Vila Buarque, 93276-0491. Ter. a sáb., 19h/0h.
Bar Matiz

Localizado no 11º andar de um prédio antigo do centro, com vista para a cidade e terraço ao ar livre, o bar preza pela boa acústica. Os discos de vinil fazem parte da decoração do espaço, que acolhe DJs nacionais e internacionais, explorando eletrônica, jazz, soul e brasilidades.
Rua Martins Fontes, 91, República, 91570-0444. Ter. e qua., 19h/0h. Qui., 19h/2h. Sex. e sáb., 19h/3h. Dom., 16h/22h.
Publicado em VEJA São Paulo de 17 de abril de 2025, edição nº2940.