A promessa inicial era de que ela estaria pronta em julho. Segundo os responsáveis, o atraso se deveu a “fatores climáticos, adequações do projeto” e complexidades logísticas, uma vez que 100% dos materiais são importados. Bem, talvez melhor assim. Quando for inaugurada, em 9 de dezembro, a roda-gigante do Parque Cândido Portinari, na Zona Oeste da capital, servirá como uma joia final para coroar o projeto do Novo Rio Pinheiros, que transformou definitivamente a região nos últimos meses.
Agora equipada com parque linear, ciclovias e diversas estruturas de lazer, a margem do Pinheiros será um cenário adequado para a maior roda-gigante da América Latina, que terá 91 metros de altura. A atração foi batizada de Roda Rico, nome da corretora que comprou os “naming rights” do espaço, parte do grupo XP Inc. O projeto original, aprovado na prefeitura em 2020, não previa propagandas no local, mas os patrocinadores prometem se ajustar às limitações. “O contrato de concessão permite exposição de marca nas estruturas de apoio. A marca Rico estará exposta em espaços internos”, afirma Marcelo Mugnaini, diretor de operações da roda-gigante.
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A construção da roda seguiu a mesma lógica financeira usada em todo o projeto Novo Rio Pinheiros, do qual ela faz parte. A estratégia lembra a famosa frase do personagem de Kevin Costner no filme Campo dos Sonhos (1989): construa o campo e eles virão. O poder público pagou pelo “campo”, ou seja, a limpeza do Pinheiros. Ao custo de 2,8 bilhões de reais, saneou 558 000 imóveis na bacia do curso d’água. A iniciativa privada, então, veio. Em junho, inaugurou-se o Parque Bruno Covas, na margem oeste, feito com mais de 30 milhões de reais desembolsados por empresas privadas.
No segundo semestre de 2023, começa a ser inaugurada a Usina SP, uma empreitada de 550 milhões — também privados — que dará nova vida à Usina de Traição. A roda-gigante, embora não divulgue os custos de construção, também foi bancada apenas pela concessionária — a SPBW, controlada pela Interparques, com sede em Blumenau (SC). Parte da bilheteria (10% ou um mínimo de 170 000 por mês) vai para os cofres públicos.
A empresa promete desenvolver um calendário de atrações para mudar a experiência dos visitantes de tempos em tempos. “Isso envolve desde eventos esportivos até festas como Páscoa, Natal e Carnaval. Cada temporada terá uma novidade”, afirma Mugnaini. Os ingressos individuais custarão de 25 a 79 reais. Será possível reservar uma cabine (todas para oito pessoas com ar-condicionado e wi-fi) por 350 ou 399 reais (opção com bebida). O passeio dura de 25 a trinta minutos e é pet friendly.
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Publicado em VEJA São Paulo de 7 de dezembro de 2022, edição nº 2818