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OLÁ,

Rick Bonadio: música, mulheres e marra

Reality show mostra a rotina do produtor, que coleciona hits e conquistas típicas de pop star

Por Ricky Hiraoka
Atualizado em 1 jun 2017, 17h44 - Publicado em 26 abr 2013, 19h30
Manuscrito com letra inédita dos Mamonas Assassinas
Manuscrito com letra inédita dos Mamonas Assassinas (Reprodução/)
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Em um dos próximos episódios do reality show Fábrica de Estrelas, do canal pago Multishow, os espectadores conhecerão uma canção inédita dos Mamonas Assassinas, grupo que teve a carreira interrompida   por um acidente aéreo em 1996. Os vocais,  porém, estarão a cargo não de Dinho e sua turma, mas sim do cantor brega Falcão, em uma gravação orquestrada por Rick Bonadio, produtor do único CD do grupo, que bateu a marca de 2,5 milhões de cópias vendidas.

“A irmã do Júlio, o tecladista, achou caderneta com a letra de Renato, o Gaúcho, e eu me lembrava da melodia, pois  ele tinha me mostrado uma vez”, explica.  Esse é um dos seus trunfos para manter acesa a curiosidade em torno da atração, que na  estreia, em 1º de abril, foi um dos assuntos  campeões do dia no Twitter e ficou em quarto lugar na audiência da TV por assinatura no horário, segunda-feira, às 21h30.

Fábrica de Estrelas documenta a rotina desse paulistano com pinta de pop star, notório no meio musical não só pelo gênio  forte e pela fama de conquistador mas sobretudo por ter mantido o faro aguçado ao  longo de diferentes fases da indústria fonográfica. Se nos anos 90 lançou fenômenos como  Charlie Brown Jr. e, na década seguinte, CPM 22, mais recentemente emplacou a estrela teen Manu Gavassi.

+ Os sucessos produzidos por Rick Bonadio

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O programa se passa em estúdio no Jardim São Bento, na Zona Norte, modestamente batizado de Midas. Nos 26 capítulos, o público acompanha, por exemplo, a montagem de uma girl band no estilo do Rouge, uma de suas crias, que explodiu em 2002 com o hit Ragatanga e prepara volta em turnê.  Tendo a câmera como testemunha, ele orienta novatos, promove encontros inusitados como o da dupla Fernando e Sorocaba com o roqueiro Andreas Kisser e passa descomposturas até em artistas famosos, como Gavassi. “Ela precisa ser profissional e não compor apenas quando está triste”, esbraveja. 

Fora do ar, o estilo marrento é ainda mais apimentado. Não  faltam rusgas com músicos como os da banda Los Hermanos, a quem chama de “playboyzinhos” (veja abaixo). Nos bastidores do Ídolos, da Record, no qual atuava como jurado ao lado da  cantora Luiza Possi e do também produtor Marco Camargo, a primeira teve de separar uma briga sua com o segundo. “Ele humilhava os calouros, e um dia eu quis bater nele”, recorda. “Parti para cima.” O rival ameniza: “Se Rick quis me machucar, nem percebi. É uma pessoa difícil, mas convivíamos bem”.

Para Bonadio, a atração-solo é uma forma de mostrar “como se  prepara um cantor de verdade, sem diretor mandando você  acabar com a pessoa, como no Ídolos”. Outro fator para a criação do reality, ele mesmo indica, é a crise do mercado musical, que fez diminuir a média de discos produzidos por ele de vinte,  dos tempos de ouro da indústria, para sete por ano. “Precisava gastar essa energia acumulada.”

A autopromoção, afirma, não  consta na lista de motivações. “Não preciso aparecer para que  desejem  gravar comigo. Já sou conhecido o suficiente.” Aos interessados, ele avisa que não tem vergonha de ser popular. “Prefiro produzir qualquer artista a voltar a ser balconista de uma loja de autopeças, em que trabalhei dos 12 aos 16 anos.”

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Hoje, seu  patrimônio inclui um apartamento de 320 metros quadrados na  Zona Norte, outro na Riviera de São Lourenço e o estúdio.  Avesso a detalhar melhor os ganhos, ele não tem problemas em comentar sua fama de garanhão. “Devo ter tido mais de mil mulheres até hoje”, gaba-se, sem ruborizar. Foi casado por sete anos e tem dois filhos. Namora atualmente a coreógrafa Paula  Peixoto e se diz fiel.

Antes, os índices de conquistas sempre foram proporcionais à reverberação dos hits que preparava. O ápice se deu nos tempos dos Mamonas. “Eu me envolvia com todas, das fãs às bailarinas do programa do Gugu”, volta a se jactar  o fogoso produtor. A explosão do Rouge foi outra boa fase, mas  nesse caso estão incluídas integrantes da própria banda. “Fiquei  com mais de uma delas, mas jamais revelarei quem”, diz ele. Questionada, Aline Wirley, uma das cantoras, deixa a história no  ar. “Ele é galanteador e sabe como seduzir uma mulher, mas prefiro não comentar nada, pois são águas passadas.”

Parada Quente

Ele comenta a relação de amor  e  ódio com as bandas que ajudou a lançar.

CPM 22
CPM 22 ()
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“Eu e os integrantes do CPM 22  éramos  parceiros desde o começo.  Mas, com o sucesso, eles passaram a não ouvir mais ninguém e julgaram que meu trabalho não lhes acrescentava nada.  Atualmente, devem ter mudado de opinião”

Charlie Brown Jr.
Charlie Brown Jr. ()

“O Chorão sempre foi explosivo. O que poucos sabem é que ele era  bastante humilde. Brigávamos muito,  mas depois ele vinha pedir desculpas, me agradecia por ter dado a primeira  chance ao Charlie Brown Jr. e  tê-lo tirado da pobreza”

Rouge
Rouge ()
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“As meninas do Rouge me confessaram  que, na fase final da seleção do grupo,  no programa Popstars, do SBT,  tinham sonhos eróticos comigo e se empolgavam só de me ver.  Fiquei com mais de uma delas,  mas jamais revelarei quem”

Los Hermanos
Los Hermanos ()

”Eu produzi o primeiro CD dos Los Hermanos. Ajudei os caras a desenvolver o repertório e os convenci a gravar Anna Julia e colocá-la no disco.  Eles estouraram por causa dela e, hoje,  renegam a canção. Ridículo. São uns  playboyzinhos”

Mamonas Assassinas
Mamonas Assassinas ()

“Logo após começarmos  a trabalhar a música dos  Mamonas nas rádios,  eles  fizeram um show em  um clube. Estava  lotado  enquanto o DJ tocava. Quando a banda  começou a cantar,  a galera foi embora”

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