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Para produtor, levar filme para o teatro era péssima ideia

Thomas Schumacher explica como a diretora Julie Taymor criou o maior sucesso da Broadway

Por Bruno Machado
Atualizado em 5 dez 2016, 16h12 - Publicado em 27 mar 2013, 18h27
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  • “A pior ideia possível”. Foi assim que Thomas Schumacher, um dos produtores de O Rei Leão (1994), recebeu a proposta de levar a história do felino Simba para o teatro.  “Não tive dúvidas em ligar para Julie Taymor. Até hoje tenho o número dela no meu celular para qualquer emergência do tipo”, brinca o produtor e presidente do Disney Theatrical Group, que também faz parte do comitê administrativo do Tony — o maior prêmio de teatro do mundo.

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    Julie Taymor, por sua vez, recebeu a missão de levar O Rei Leão para a Broadway num misto de empolgação e medo. “O grande desafio era levar uma história que todo mundo já conhecia de maneira surpreendente para o palco”, explica a diretora, que tem no currículo Juan Darién: A Carnival Mask  e The Green Bird no teatro, e Frida (2002) e Across the Universe (2007), no cinema, entre outros trabalhos. Para encantar o público, a americana lançou mão de sua experiência no Japão e na Indonésia para inserir na montagem elementos do teatro de sombras e manipulação de bonecos.  

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    “É o que eu chamo de double event”, continua a diretora. “Você pode ver o ator e também o animal, e ambos têm expressão no palco”. Entre as inúmeras referências da realizadora, a música sul-africana, especialmente a de Lebo M, foi decisiva para o resultado final, chegando a orientar até mesmo a confecção dos figurinos, também de autoria de Taymor.

    As apostas da diretora vingaram – O Rei Leão é o maior sucesso da Broadway. Há 16 anos em cartaz, já arrecadou mais de 850 bilhões de dólares e contabiliza 21 produções no mundo. No Brasil, a expectativa é de repetir a dose. “Para nós, é como um mestrado em termos de produção de eventos”, afirma o presidente da Time for Fun Fernando Altério, empresa responsável pela montagem paulistana, orçada em 50 milhões de reais. A previsão é de que o espetáculo fique em cartaz até o fim de 2013, no mínimo, e seja visto por uma plateia de 350 mil pessoas.

    Para aclimatar a produção aos trópicos, Rachel Ripani foi escalada para traduzir o script. “Quando recebi a proposta, a primeira coisa que fiz foi comprar um DVD da animação, para relembrar a história”, explica a atriz que se especializou em fazer versões de textos teatrais estrangeiros a exemplo de Chá com Limão, Ligações Perigosas e Adultérios. Além de trocar figurinhas com Gilberto Gil – responsável pela versão das canções do espetáculo – Rachel participou dos ensaios e criou peculiaridades para os personagens. “As hienas da nossa versão tem sotaque dos ‘manos’ da Zona Leste;  Pumba é um paulistano da Mooca, e Timão é um malandro carioca. Ele, inclusive, canta uma música de Carmen Miranda e dança samba durante o espetáculo”, diverte-se a atriz.

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