Durante os fins de semana de junho, quem passa pelos arredores da Praça Benedito Calixto, em Pinheiros, ouve de longe a festança que rola no pátio da Paróquia São Paulo da Cruz, a Igreja do Calvário. Com mais de 35 anos de história, a Quermesse do Calvário é uma das mais antigas de São Paulo e une diferentes gerações e tipos: de hipsters tatuados às mammas beatas.
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O público diverso é também numeroso. Na edição do ano passado, 50.000 pessoas foram pular fogueira por lá, mesmo número esperado para este ano. É um mês inteiro de muito arrasta pé, pescaria, comidinhas típicas – e outras não tão típicas assim. Temaki na quermesse? Na do Calvário, tem sim. Mas os campeões de venda do “arraiá” ainda são tradicionais: o quentão e o vinho quente, feitos lá mesmo.
Em um fim de semana, o público chega a consumir mais de 700 litros de vinho quente. Coordenador da barraca que vende a bebida, José Carlos de Lucas, o Cacá, mostra orgulhoso como prepara a receita, que começa a ser feita muitas horas antes de a safona tocar. “É uma tradição que une a família toda. Minhas netinhas começam a perguntar da quermesse em janeiro”, diverte-se.
O quentão é outro sucesso: cerca de 200 litros são vendidos por fim de semana. São necessários cerca de 25 quilos de açúcar para fazer o melaço e tanta cachaça que é difícil calcular. “A gente perde a conta, não dá para saber porque ela reduz, então precisa colocar de acordo com a panela”, conta Kelly Grilo, que chega de manhãzinha, junto com outros voluntários, para começar o preparo.
Para ela, que praticamente nasceu na quermesse do Calvário, a festa tem um significado especial. “Meu pai foi um dos fundadores, então eu sempre ajudei. Hoje sou responsável por uma barraca com mais de sessenta voluntários, incluindo meus filhos. É uma tradição familiar, que vai passando de geração em geração”.
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Entre as comidinhas, o churrasco é protagonista. A cada sábado e domingo, saem cerca de 50 quilos de bife, 60 quilos de calabresa e 150 quilos de espetinho.
Mais de 400 colaboradores ajudam a erguer o arraiá do Calvário, que conta com vinte barracas. O dinheiro arrecadado é empregado nas obras sociais mantidas pela igreja e em melhorias na infra-estrutura da Paróquia São Paulo da Cruz. Com o dinheiro do ano passado, por exemplo, foram construídas rampas e instalados elevadores para a acessibilidade de pessoas com mobilidade reduzida.
Como não poderia faltar, a quadrilha, formada pelos adolescentes da igreja, é animada e moderninha. Tem até pausa relâmpago para hits do momento, como “tá tranquilo, tá favorável”, sucesso de MC Bin Laden, e aviso de “olha o japonês da Federal”.
A quermesse do Calvário vai até o dia 3 de julho, aos sábados e domingos, a partir das 17h30. O ingresso custa 12 reais.
Confira os preços e não esqueça de levar dinheiro vivo, cartões não são aceitos:
- Amendoim torrado: 2 reais;
- Arroz doce: 4 reais;
- Bolo fatiado: 4 reais;
- Cachorro-quente: 6 reais;
- Calabresa no pão: 8 reais;
- Canjica: 4 reais;
- Curau: 6 reais;
- Cuzcuz: 5 reais;
- Doce de abóbora: 4 reais;
- Espetinho de carne: 10 reais;
- Fogazza calabresa/queijo: 8 reais;
- Milho cozido (espiga): 4 reais;
- Milho cozinho (no prato): 6 reais;
- Pamonha: 6 reais;
- Pastel carne/queijo: 5 reais;
- Pinhão: 5 reais;
- Polenta frita: 6 reais;
- Quentão 4 reais;
- Sagu: 4 reais;
- Temaki de salmão: 16 reais;
- Tempurá: 10 reais;
- Vinho quente: 5 reais;
- Yakissoba: 14 reais.