O espanhol Pablo Picasso (1881-1973) foi um grande entusiasta das mulheres e não escondeu de ninguém o número de amantes que teve ao longo da vida. Com algumas levou a paixão a sério e se casou, com outras manteve breves casos, sem que a existência de uma impedisse a da outra. Na exposição Picasso e a Modernidade Espanhola, que traz ao CCBB peças do museu espanhol Reina Sofía, é possível ver duas telas em que o pintor as retrata.
Em Femme Assise Accoudée (Mulher Sentada Apoiada sobre Cotovelos), Marie-Thérèse Walter serviu de modelo ao artista. Picasso a conheceu na rua, em janeiro de 1927, quando ela tinha apenas 17 anos. Ele já era um pintor famoso, tinha 45 anos, mas Marie-Thérèse não fazia a menor ideia de sua expressão no mundo das artes.
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Bonita, cheia de curvas, loira, com belos olhos azuis, a jovem chamou a atenção do pintor quando saía do metrô, num passeio pelas Galeries Lafayette, lojas de departamento parisienses.
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Tudo teve início com uma conversa casual, até eles se tornarem amantes. O romance durou cerca de dez anos. Marie-Thérèse teria sido uma parceira sexual que satisfazia todas as fantasias e desejos eróticos do artista. Da relação nasceu Maria de la Concepcion, filha nunca reconhecida por Picasso.
Dora Maar, pseudônimo de Henriette Theodora Marković, foi outra musa marcante na sua trajetória. Morena de olhos verdes, a francesa que cresceu na Argentina revelou ser uma talentosa poeta e, posteriormente, uma habilidosa pintora. Ajudou o amante a produzir sua obra-prima, Guernica (1937), cuja reprodução também pode ser vista no CCBB.
Quando descobriu que Picasso se encontrava com outras mulheres, Dora Maar teria enlouquecido e foi mandada para um hospital. Nunca mais se relacionou com homens e teria dito a seguinte frase: “Depois de Picasso, só Deus”.