Na releitura da Disney de A Pequena Sereia, Ariel e o príncipe se casam no final. Mas não é o que acontece na obra de Hans Christian Andersen. No texto original, a personagem principal não consegue conquistar o amado e se transforma metaforicamente em espuma do mar, ao jogar-se de um barco. Assim termina o espetáculo em cartaz no palco do HSBC Brasil neste sábado (23) e neste domingo (24).
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Com quinze atores, doze cenários diferentes e 120 figurinos, a montagem usa efeitos especiais para contar a verdadeira história de Ariel. A protagonista, Anna Saab, de 31 anos, conta que o fim inusitado desperta a curiosidade das crianças e emociona os pais. Cada espectador entende de um jeito, dependendo da idade. “É uma coisa lúdica, contada de forma bonita e emocionante. Um verdadeiro conto de fadas”, diz. “As histórias reais acabam ficando esquecidas, por causa das famosas adaptações da Disney.” Confira abaixo trechos da entrevista com a atriz:
VEJASAOPAULO.COM – Como surgiu a ideia de montar A Pequena Sereia, respeitando o texto clássico de Hans Christian Andersen?
ANNA SAAB – Tenho o sonho de montar essa peça há seis anos. Quando pensei em convidar o Vladimir Capella para escrever, percebi que não daria para considerar a versão da Disney, porque ele faz coisas com finais mais inusitados. Não tem nada a ver com a Disney. Por isso decidi realmente fazer o espetáculo de Andersen. Foi uma batalha. Ficamos quatro anos para captar recursos e finalmente em 2011 conseguimos. Fizemos apresentações fora de São Paulo e agora estreamos na cidade, no HSBC.
Qual é a reação das crianças e dos pais ao perceberem que a versão é diferente da mais conhecida?
É muito legal.. A criança fica questionando o que aconteceu no final. Algumas acham que a Ariel voltou para o mar, porque ela pula do barco. Outras entendem que ela vira espuma. Já os adultos e adolescentes captam melhor a mensagem, que ela morreu, embora a gente não use essa palavra. De qualquer forma, não é um final triste. É uma coisa lúdica, contada de forma bonita e emocionante. É um verdadeiro conto de fadas. As histórias reais acabam ficando esquecidas, por causa das famosas adaptações da Disney.
Como é montada a peça?
Não fizemos um musical e sim uma peça musicada. Eu canto a primeira canção e danço uma coreografia. O resto é musicado, baseado em uma trilha linda de André Cortada, especialmente feita para o espetáculo.
É também a produtora do espetáculo?
Sim. Eu tenho uma produtora, a APS Produções. Este é o segundo infantil que faço. Em 2010, montei Max e Os Inimigos Invisíveis. Levamos 30 mil crianças ao teatro, mostrando a importância de lavar as mãos.
Tem novos projetos infantis encaminhados?
Tenho um infantil para o segundo semestre, mas é surpresa. Só posso dizer que é um texto francês, que estamos trazendo para o Brasil.