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Paus de selfie são banidos de museus como Pinacoteca e Masp

Considerado perigoso para obras de arte, o acessório está vetado em grandes centros culturais

Por Laura Ming
Atualizado em 5 dez 2016, 12h39 - Publicado em 28 mar 2015, 00h00
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  • Após figurar entre os maiores objetos de desejo no Natal do ano passado e ser o protagonista nas praias no verão, o pau de selfie está sendo perseguido e corre o risco de extinção em vários tipos de evento.

    Em janeiro, foi vetado nos jogos do Campeonato Paulista de futebol. Virou alvo também da turma da música. Mais recentemente, a organização do festival Lollapalooza, previsto para este fim de semana em Interlagos, disse que ele não entra na área de shows. Outra frente de combate ao equipamento envolve os museus. Muitos endereços importantes querem o acessório longe de suas salas.

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    A justificativa é a mesma: questões de segurança. No caso das instituições de arte, das obras em exposição. “É o mesmo raciocínio que vale para a restrição a guarda-chuvas ou tripés”, explica Paulo Vicelli, diretor de relações institucionais da Pinacoteca do Estado. “São objetos que podem danificar os trabalhos expostos.”

    Desde o fim do ano passado, o local não permite o uso do bastão. No prédio, foram instalados diversos avisos com alertas. Instituições como MAM, Museu da Língua Portuguesa e Masp passaram a seguir uma política semelhante. No exterior, a campanha pela extinção do pau de selfie conta com a adesão de entidades renomadas como o MoMA e o Metropolitan, ambos em Nova York, e a National Gallery, em Londres.

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    Em todos os casos, porém, as fotografias são liberadas e até incentivadas (desde que não sejam feitas com a ajuda dos famigerados bastões). No caso da Pinacoteca, por exemplo, além de wi-fi grátis, o local tem totens espalhados com o endereço de suas redes sociais para que o público compartilhe as imagens. A atual diretoria do Masp, que assumiu a administração em setembro, imediatamente liberou também as fotografias no interior do museu (algo proibido pela gestão anterior). “Cada vez mais gente usa celular com câmera, e temos de nos adaptar a essa nova realidade”, diz Lucas Pessôa, diretor de operações da instituição.

    Por enquanto, a desconfiança em relação ao pau de selfie é só preventiva, pois nenhum incidente grave com o objeto foi registrado. Por isso,alguns locais ainda permitem seu uso. O Museu da Imagem e do Som é um deles. O diretor André Sturm conta com o bom-senso de seu público para usá-lo sem atrapalhar as outras pessoas nem danificar os objetos expostos.

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    A primeira experiência de liberar totalmente a fotografia ocorreu há um ano e meio, na exposição dedicada ao cineasta Stanley Kubrick. “Foi impressionante o resultado, os visitantes não paravam de clicar e a gente ficou entre os assuntos mais comentados nas redes sociais”, lembra Sturm. Também permitem o bastão o Itaú Cultural, o MAC, o Instituto Tomie Ohtake e o Sesc Pompeia.

    Na contramão das hashtags, check-ins e arrobas, a exposição Picasso e a Modernidade Espanhola, aberta no CCBB na última quarta (25), proíbe que qualquer obra pertencente ao Museu Reina Sofía, de onde vêm todas as telas exibidas, seja fotografada (ou seja, ali também está banido o pau de selfie). A justificativa é a preservação dos direitos autorais das peças.

    Como o CCBB não possui acervo fixo, sua política de fotografia depende dos acertos feitos a cada evento e dos parceiros das exposições. Mas, consciente da vontade que os dedinhos do público têm de clicar tudo o que chama sua atenção, a organização da mostra Picasso estuda montar um painel ou disponibilizar placas fotogênicas para que os visitantes se entretenham. Afinal, adaptado aos dias atuais, vale o ditado: em terra de redes sociais, quem tem mais curtidas é rei.

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