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Os “novos modernistas”: onze artistas que buscam romper ideias conservadoras

Inspirada pelo centenário da Semana de 1922, a Vejinha selecionou personagens da cultura na atualidade que também buscam transgredir barreiras na arte

Por Tatiane de Assis, Barbara Demerov e Tomás Novaes
Atualizado em 27 Maio 2024, 22h27 - Publicado em 11 fev 2022, 06h00
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  • Uma turma tida como um tanto rebelde organizava, 100 anos atrás, a Semana de Arte de 1922. O evento ocorreu entre 13 e 17 de fevereiro no Teatro Municipal, no centro. Esse grupo era composto de nomes como os pintores Di Cavalcanti (1897-1976) e Anita Malfatti (1889-1964), o maestro Heitor Villa-Lobos (1887-1959) e os escritores Menotti Del Picchia (1892-1988), Mário de Andrade (1893-1945) e Oswald de Andrade (1890-1954).

    Eram figuras que combatiam uma visão da arte considerada conservadora que se alicerçava na ideia, por exemplo, de que uma pintura somente poderia se assemelhar à realidade tanto em suas cores quanto nas suas proporções. Os modernistas paulistanos estavam ligados a vanguardas europeias, como o cubismo, mas também interessados em culturas indígenas e africanas. Fizeram barulho.

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    Cem anos depois, a metrópole observa novos nomes nas artes que também têm buscado romper paradigmas. É o que chamamos aqui de “novos modernistas”. “Se era uma parte da elite que realizou a Semana de 22, escreveu o seu manifesto e dava os rumos da cultura, hoje, é o inverso. É a periferia que está dando a direção da cena artística. São figuras negras, indígenas, LGBTQIA+, asiáticas e mulheres, que estão fomentando o debate”, observa a secretária municipal de Cultura Aline Torres.

    Junto à pasta estadual, comandada por Sérgio Sá Leitão, foi organizada uma programação para celebrar o centenário (confira parte dela na pág. 19). A professora Ana Magalhães, diretora do Museu de Arte Contemporânea (MAC/USP), faz uma ponderação. “A cidade tem uma contribuição importante com a Semana de 22, mas há que se pensar nos outros núcleos do país, onde havia no começo do século XX manifestações artísticas com esse espírito. Assim, se enriquece a discussão e se volta ao espírito radical de renovação, que guiou os modernistas.”

    Inspirada pelo mesmos ventos de atualização, Vejinha aponta, a seguir, alguns “modernistas” de hoje. Em comum, está o fato de buscarem quebrar ideias cristalizadas, sem se prender a um movimento estético específico. São artistas como pintores, músicos e escritores, entre outros, com origem ou trânsito por distintas regiões da Grande São Paulo.

    Parte deles tem origem em estados como Rio Grande do Sul e Bahia, e outra parcela vai e volta à capital com alguma frequência, como fez Tarsila do Amaral (1886-1973), incorporada ao movimento modernista depois de chegar de uma temporada de estudos em Paris. Conheça essa nova trupe, que já está fazendo barulho.

    Quebrada hi-tech

    Rafaela Andrade, ou BADSISTA, é produtora, DJ, compositora, cantora. BADSISTA é muita coisa, mas talvez o mais importante é saber de onde ela veio.

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    Cria de Itaquera, na Zona Leste, a artista de 28 anos, que posou para a foto acima no Teatro Municipal, lançou seu primeiro disco-solo, Gueto Elegance, em 2021, depois de anos produzindo com artistas como Linn da Quebrada e Jup do Bairro.

    Imagem mostra mulher de camiseta, jaqueta e calça preta, deitada em escadaria com tapete vermelho.
    A produtora paulistana Rafaela Andrade de 22 anos de idade, mais conhecida como BADSISTA. (Wanezza Soares/Veja SP)

    “As pessoas de periferia têm uma facilidade muito grande de enxergar além”, costuma dizer. É assim que ela define o conceito de quebrada hi-tech, que permeia sua visão sobre a cena musical contemporânea e sua própria carreira. Enxergar além, para ela, é se desprender das normas que sufocam as infinitas possibilidades sonoras de 2022.

    E foi assim que criou sua mistura de pop, funk, techno e house. Um mix fruto de uma cabeça curiosa e ansiosa pelos novos caminhos que a música pode traçar. “Sou muito rebelde pra ficar seguindo muita regra”, diz. Essa inquietude, que parece ser uma peça chave do que chama de “tecnologia dos corpos periféricos”, é o que move sua trajetória artística, seja por necessidade ou por curiosidade. “Quero fazer algo que não está rolando agora na música contemporânea brasileira e que isso seja uma provocação para os próximos tempos.” (TN)

    Multiartista, para não se restringir

    Para uma geração de artistas na casa dos 20, 30 anos, definir-se é também se restringir. Por isso eles preferem não se classificar unicamente como cantores, escritores, pintores, escultores, atores. São multiartistas, simples assim.

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    Esse é o caso de Edgar Pereira da Silva, 28 anos, nascido em Guarulhos e mais conhecido como Edgar, simplesmente, ou também Novíssimo Edgar, título de seu livro de estreia e que dá pistas de que sua produção flerta com o que é inovador.

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    Você pode ver um pouco disso no mais recente disco dele, Ultraleve (2021), no qual mescla rap com batidas eletrônicas, pop e também traz colaborações com Kunumi MC, músico indígena.

    Nas canções, Edgar ainda não se esquiva de temas atuais, como a violência e o cenário político brasileiro. Sobre as artes visuais, tem uma posição firme: “Que artistas pretos sejam reconhecidos em vida, que não precisem esperar a posteridade para terem suas obras em museus e terem retorno financeiro”. (TA)

    Imagem mostra homem com cabelo iluminado por luz roxa, vestindo camisa e colete preto.
    Novíssimo Edgar, nascido em Guarulhos. (Camila Rhodes/Divulgação)

    Nem azul nem rosa

    A artista gaúcha Élle de Bernardini, moradora do centro, tem formação em balé clássico pela Royal Academy of Dance de Londres.

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    Hoje, aos 30 anos, não atua mais nos palcos, mas ainda pensa o corpo, agora na pintura e na performance. “De modo geral, meu trabalho é uma proposta de um novo modelo de sociedade. Quando a gente vê a série de obras que eu denomino de Formas Contrasexuais, o que está sendo apontado ali é que, a partir da desconstrução da geografia corporal, das ideias de homem e mulher, seja gestada uma outra forma de pensar os sujeitos não determinada por suas genitálias”, explica Élle, que tem obras em importantes coleções de arte, como a da Pinacoteca de São Paulo e a do Museu de Arte Contemporânea do Rio de Janeiro (MAR).

    Na busca de um gesto de ruptura semelhante ao que a turma de 22 fez, em relação a uma arte dita conservadora, a artista transexual conclama as pessoas à mudança. “É preciso abandonar o modelo cis, branco, machocêntrico e heteronormativo”, crava. (TA)

    Pessoa de cabelo ruivo vestindo roupa bege, com uma parede branca de fundo.
    A gaúcha Élle, moradora do centro. (Renato Custódio/Divulgação)

    Prosa, poesia e política

    “Sou muito influenciada pelo meu tempo” é uma frase essencial para se entender Aline Bei. A escritora e atriz de 35 anos, moradora do Sumarezinho, se lançou no meio literário com O Peso do Pássaro Morto (2017, editora Nós), que vendeu mais de 30 000 cópias.

    Seu estilo chama atenção pela junção de prosa e poesia, um hibridismo caro à autora. “Eu acredito muito nessa comunhão das linguagens, várias artes juntas para trazer uma mensagem política.”

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    O frescor de sua escrita também reflete sua visão sobre a cultura no século XXI. Para ela, a chave está em se apropriar destes novos tempos: “Às vezes, ao mesmo tempo que a gente está desfrutando um show, está vendo uma exposição, lendo um livro ou tirando uma foto pra compartilhar na internet. Talvez seja uma grande revolução saber lidar com esse tempo fragmentado e incorporá-lo ao nosso trabalho”, diz a escritora, que no ano passado lançou seu segundo livro, Pequena Coreografia do Adeus (Companhia das Letras).

    “A gente tem olhado para a escolha dos títulos que nos acompanham de forma mais politizada”, diz ela, destacando a importância de terem sido criados clubes de leitura como o Leia Mulheres, que estimula o reconhecimento da produção feminina. (TN)

    Imagem em preto e branco mostra mulher sorrindo com uma das mãos sobre o rosto.
    “Sou muito influenciada pelo meu tempo”, diz a escritora Aline Bei. (Lorena Dini/Divulgação)

    Cultura indígena sem idealização

    Se você quer conhecer melhor o cenário da arte contemporânea, em especial o trabalho de artistas indígenas, um bom nome de início é o amazonense Denilson Baniwa, 37 anos, que tem obras na Pinacoteca e no Masp e atualmente na mostra Máscaras: Fetiches e Fantasmagorias, em cartaz no Paço das Artes.

    Em seus trabalhos, aborda o impacto nocivo da cultura do agronegócio na vida das populações indígenas. É uma visão mais complexa, longe da idealização vista nos romances do escritor José de Alencar (1829-1877), por exemplo.

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    Essa luta por maior representatividade, contextualiza Baniwa, vem da promulgação da Constituição Brasileira de 1988. “Várias etnias, não só indígenas, só conseguiram poder de voz e sobre seu próprio corpo a partir daí. Antes, as leis existentes colocavam esses povos sob a tutela do Estado.”

    Mário de Andrade, com o livro Macunaíma, avança nessa discussão, mas ainda funciona como interlocutor de quem pode falar por si. (TA)

    Imagem mostra homem de casaco preto com uma espécie de óculos metálico sobre os olhos.
    O amazonense Denilson Baniwa. (Denilson Baniwa/Divulgação)

    Pela diversidade nos acervos dos museus

    Quando vivia no Rio de Janeiro, a artista Lyz Parayzo, 27 anos, aparecia em mostras para as quais não era convidada. A contragosto de curadores, arremessava panfletos no ar, como forma de performance, e instalava obras suas nos banheiros. A situação mudou no momento em que veio morar em São Paulo, em 2018.

    No espaço cultural Pivô, sua série Bixinhas (2018) fez sucesso. Nela, Lyz faz referência a Bichos, conjunto de obras da década de 60 de Lygia Clark, expoente do grupo neoconcreto. Se Lygia mirava a participação do público — as peças podiam ser manuseadas —, Lyz olha em outra direção. Suas esculturas de alumínio, com dentes, são um revide à violência contra corpos trans, como o dela.

    Um dos grandes feitos da artista é ter uma de suas Bixinhas no acervo do Masp. “Os museus no Brasil, pensando no déficit de atuação do Estado, deveriam, além de fazer exposições com obras de artistas de grupos sub-representados, pensar uma lógica de inserção dessas pessoas nas suas coleções, que ainda têm a maioria de trabalhos feitos por filhos e netos da elite”, acredita.

    Lyz hoje mora em Paris, mas mantém relação com a Pauliceia — é representada pela galeria Casa Triângulo, na região dos Jardins. (TA)

    Imagem mostra mulher com top e colar metálicos colocando a língua em engrenagem metálica.
    Obra “Escudo Serra e Gargantilha Lança” ( 2018), da carioca Lyz Parayso, na mostra coletiva Prêmio EDP nas Artes, no Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, 2018. (Camila Falcão/Divulgação)

    Um cineasta sem medo de experimentar

    Além de ser conhecido por filmes como As Boas Maneiras, de 2017, codirigido por Juliana Rojas, e Todos os Mortos (2020), codirigido por Caetano Gotardo, o cineasta, roteirista e compositor Marco Dutra, 41 anos, é alguém que não se prende a um gênero específico, seja o drama ou o terror.

    “Uma coisa que ouvi muito foi que ‘brasileiro não sabe fazer filme de gênero’. Por isso quis trabalhar com vários deles”, dispara Dutra, que não tem medo de experimentar.

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    Entre suas inspirações, está o escritor Mário de Andrade, um dos idealizadores da Semana de 22. “Ele tinha relação com pesquisa musical e eu também sou músico. Li muito seus livros, especialmente a compilação de música imperial, que usei em Todos os Mortos”, recorda o cineasta, nascido no Tucuruvi.

    “Ele era muito rigoroso, insistente e divertido também. Questionava-se sobre qual era a voz de um país. Os artistas de 22, em São Paulo, faziam essa pergunta. Mesmo buscando visões plurais, ainda era uma arte de elite. E a pergunta que faço hoje é: ‘Era ou ainda é?’.” (BD)

    Imagem mostra homem de camseta branca e calça jeans sentado em banco à frente de um piano. Na parede, pôsteres de filmes.
    O cineasta paulistano Marco Dutra. (Franci França/Divulgação)

    Moda para furar a bolha

    Baiano de Salvador, o estilista Isaac Silva, 31 anos, mora desde os anos 2000 em São Paulo, atualmente nos Campos Elíseos. É um dos nomes mais comentados da moda brasileira porque traz a seu trabalho discussões sobre negritude que vão muito além das referências para a criação — também abarcam a reivindicação de uma presença maior de modelos negros nos desfiles.

    “Acredite no seu axé” é o lema que guia Isaac e também a frase que aparece em peças da coleção que apresentou na temporada de inverno de 2021 na São Paulo Fashion Week. Axé, no idioma iorubá, vale dizer, pode ser entendido como a força existente em cada pessoa e cada coisa do mundo.

    Outro ponto que põe Isaac na vanguarda é o olhar para corpos muitas vezes tidos como fora do padrão estético vigente. “A moda pode ser uma ferramenta de mudança”, defende ele, que ainda revela um movimento em sua própria vida: “Quando falei à mainha que queria ser estilista, ela disse que seria inacessível, porque era algo de uma burguesia. Eu furei essa bolha. A moda é para todo mudo”. (TA)

    Imagem mostra homem de jaqueta branca sorrindo, sentado em mesa com ramo de laranjas sobre ela. Ao fundo, uma paisagem verde.
    O estilista baiano, hoje morador dos Campos Elíseos. (João Bertholini/Divulgação)

    Arte com ética e sustentabilidade

    Daniel Lie, 33 anos, da cidade de São Paulo, cria obras que aliam arte e sustentabilidade em uma postura inovadora. Com origem indonésia e nordestina, viveu no centro e tem família na Zona Leste.

    Nos seus trabalhos, constrói estruturas que levam terra, sementes, juta, fungos e tecido, entre outros materiais. “Na minha pesquisa, tenho pensado em saídas para essa visão de mundo que se baseia no egocentrismo humano, que, por sua vez, está calcada na ideia de que as necessidades das pessoas são mais importantes do que das outras espécies”, explica.

    Há cerca de oito anos, suas obras, vide Três Tempos (2014), levavam plantas suspensas, cordas e frutas, como banana e laranja. O apodrecimento da matéria orgânica destacava o ciclo de vida e morte, intrínseco à nossa existência. Apesar das críticas positivas recebidas, Lie decidiu fazer uma mudança.

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    Considerando o desperdício de comida e as desigualdades sociais, deixou de usar alimentos nas obras. O desejo de uma ética que costura vida e arte é o que guia Lie. Na quinta (17), sua caminhada ganha mais um capítulo, com uma exposição no New Museum, importante instituição de arte contemporânea em Nova York. (TA)

    Imagem mostra pessoa em escada prata com balde de tinta, passando em estrutura cilíndrica de juta com feno.
    Daniel Lie preenche uma estrutura cilíndrica de juta com feno. (Martin Meiser/Divulgação)

    Uma galeria para sacudir as artes visuais

    Nascida no Bom Retiro, Igi Ayedun, 31 anos, promove mudanças por onde passa. Depois de uma bem-sucedida carreira na área de moda, decidiu se aproximar mais das artes visuais. Em um caminho mais tradicional, é preciso mover mundos e (muitos) fundos para se destacar e, por fim, ser representada por uma galeria de arte.

    Igi entendeu e optou por outro percurso. Em julho de 2020, criou seu próprio negócio, a Hoa Galeria, que além de apresentar sua própria produção, exibe obras de outros nomes, que muitas vezes eram relegados a segundo plano dentro do circuito.

    A essência do empreendimento também está ligada à discussão racial, seja ela negra, indígena ou asiática. Os resultados já vieram. Em 2020, a Hoa participou da feira SP-Arte, o mais importante evento do gênero no Brasil.

    Em setembro de 2021, uma nova filial, agora em Londres, foi aberta. “Tenho um incômodo gigante com essa ideia de que você precisa ser escolhida, porque, desde pequena, não achava que essa lógica era justa”, aponta Igi, artífice de um futuro mais igualitário. “Vim de uma família muito pobre, mas fiz meus estudos em uma escola particular, deparava com as diferenças nas oportunidades oferecidas diariamente.” (TA)

    Imagem mostra mulher de roupa azul marinho com saia brilhante.
    A paulistana Igi Ayedun. (Wallace Domingues/Divulgação)

    Poesia falada para todo mundo

    A escritora paulistana Mel Duarte, que cresceu no Jabaquara, é um dos expoentes da cena de literatura contemporânea, na qual cada vez mais mulheres negras têm obtido reconhecimento. Uma das frentes em que atua é o slam, espécie de competição de poesia falada.

    Com 33 anos, já publicou seis livros, e o mais recente é Colmeia: Poemas Reunidos (2021, editora Philos). Quando Mel olha para a Semana de Arte Moderna de 1922, ela se lança a imaginar como seria o evento hoje. “Eu mudaria o lugar, não seria no Teatro Municipal, seria na rua, em várias ruas. Descentralizaria a programação, levaria ela para as beiradas da cidade, principalmente.”

    O formato também já foi pensado: “Seria um grande slam, porque hoje é o que há de mais inovador. É democrático, pessoas de diferentes idades podem participar, não precisa ter uma trajetória como escritor para ser aceito e é gratuito”.

    Em relação aos nomes que gostaria de ver, estaria o grafiteiro paulistano Mundano, que olha em suas obras para a questão ambiental, e a cantora maranhense Kaê Guajajara. “O trabalho dela, maravilhoso, foge do que as pessoas pensam que artistas indígenas devem produzir.” (TA)

    Imagem mostra mulher de vestido laranja sentada com as pernas cruzadas em banco suspenso.
    A escritora paulistana Mel Duarte. (Helen Salomão/Divulgação)

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    Publicado em VEJA São Paulo de 16 de fevereiro de 2022, edição nº 2776

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