Quem sair nos blocos de Carnaval de São Paulo pode deparar com algo inusitado: adereços e fantasias produzidos em uma rede de Fab Labs da prefeitura, chamada Livre SP. Os Fab Labs são uma espécie de minifábrica tecnológica na linha “faça você mesmo”, que conta com equipamentos como impressora 3D, ferramentas de corte de precisão e plataformas digitais programáveis.
A rede municipal, criada em 2015 na gestão de Fernando Haddad (PT), tem treze unidades em bairros como Penha, Butantã e Limão. Os workshops temáticos do Carnaval darão origem a máscaras, brincos, tiaras, fantasias com estampas de costura criativa e até peças com luzes de LED e Arduino — uma plataforma para projetos de eletrônica que possibilita, por exemplo, criar padrões de iluminação em determinado ritmo.
As inscrições para participar ficam abertas até o dia das oficinas, ou enquanto houver vagas, no site da Fab Lab Livre SP. A programação temática da rede acompanha o calendário de eventos, como períodos de férias, Natal e mês da Consciência Negra.
Em fevereiro, quando são feitas as oficinas de Carnaval, as unidades chegam a receber 1 700 pessoas entre visitantes e participantes dos projetos. “Os técnicos conduzem as oficinas e dão assistência aos alunos, que formam turmas de até quinze”, afirma Raphael Rossato, diretor da rede. “Também trazemos convidados para dar os cursos”, diz.
Para participar das oficinas, não é preciso comprar nenhum material (tudo é fornecido pelos laboratórios) e os participantes podem levar suas invenções para casa — ou melhor, para os blocos da folia. Nos projetos pessoais, que qualquer pessoa interessada pode se inscrever, responsáveis trazem os insumos necessários, mas não arcam com nenhum outro custo ou taxa e contam com a assistência dos profissionais dos espaços.
Menores de 12 anos devem estar sempre acompanhados pelos pais ou responsáveis.
Publicado em VEJA São Paulo de 15 de fevereiro de 2023, edição nº 2828