Desde o início do ano, a cidade ganhou três novas bibliotecas com propostas diferentes, que prometem atrair movimento e dar oportunidades diversas a leituras, estudos e debates. A mais recente delas foi lançada no último dia 26. Trata-se de uma iniciativa da Feira Plana, evento-referência no universo das publicações independentes que rola desde 2012.
Instalado na chamada Casa Plana, em Pinheiros, o diminuto ambiente tem acervo singular: 4 000 títulos fora do eixo tradicional, nacionais e estrangeiros, entre revistas, fanzines e livros. Não dá para realizar empréstimos por lá, mas a consulta é livre, sem a necessidade de cadastro. Estique o passeio no endereço descolado visitando a livraria, o café e as salas para cursos, sempre ligados ao mundo da leitura.
Em fevereiro, duas instituições de ensino lançaram espaços arrojados nesse setor. Uma delas é o Insper, na Vila Olímpia, que renovou sua antiga biblioteca de 1 300 metros quadrados com base nos métodos do design thinking, processo inovador e criativo centrado na experiência das pessoas. Os próprios alunos ajudaram a pensar o local, cheio de vida, convidativo e constantemente movimentado. O projeto arquitetônico ficou sob responsabilidade dos escritórios Perkins+Will e Athié Wohnrath. Estão à disposição 35 000 títulos de temas como economia, administração e direito — os empréstimos, entretanto, são restritos aos alunos.
Para quem prefere ficar sozinho, há assentos acolchoados, colados às paredes e com iluminação direta, onde dá para esticar as pernas. As poltronas e pufes em roda privilegiam as trocas em grupo. Há ainda mesas coletivas e individuais e uma espécie de arquibancada na qual a turma consegue se espalhar, deitar, checar o celular, usar o laptop… Parte do mobiliário lembra peças de Lego: é possível juntar ou separar mesas e cadeiras, ao gosto do leitor.
Na Vila Mariana, a Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) abriu uma biblioteca sem portas, que funciona 24 horas. Com parklets na calçada à frente, a Livro Livre serve como um point de troca. Qualquer um pode retirar ou doar uma obra. Existe espaço para 2 000 exemplares e, à noite, iluminação contínua.
Nessa área, encontram-se ainda bons exemplos mais antigos, caso da Biblioteca de São Paulo, construída no Parque da Juventude em 2010, no mesmo terreno onde operou o presídio do Carandiru. Em abril, a instituição foi finalista de um prêmio internacional que seleciona a “biblioteca do ano”, o The London Book Fair International Excellence Awards 2018. A honraria se deve à transformação do local, anteriormente estigmatizado, em um endereço agitado, no qual ocorre extensa grade de atividades culturais relacionadas à literatura.
Biblioteca Telles. Insper. Rua Quatá, 300, Vila Olímpia.
Casa Plana. Rua Fradique Coutinho, 1139, Pinheiros.
Livro Livre. ESPM. Rua Doutor Álvaro Alvim, 123, Vila Mariana.