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OLÁ,

“A paixão pela moda nos uniu há quase trinta anos”

Arlindo Grund conta como conheceu o marido, também consultor de estilo Fábio Paiva, na década de 90

Por Arlindo Grund, 48, em depoimento a Júlia Rodrigues
Atualizado em 27 Maio 2024, 21h59 - Publicado em 20 Maio 2022, 06h00
Arlindo e Fábio em seu apartamento, nos Jardins: Joe (à esq.) e Johnny (Rogério Pallatta/Veja SP)
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Eu já admirava o Fábio a distância antes mesmo de ele me conhecer. No fim dos anos 80, ele trabalhava em uma loja da Benetton, no Shopping Center Recife, e eu sempre o via quando ia com minha família passear por lá. O que me chamou a atenção, de primeira, foi o estilo: Fábio costumava usar uma bandana no pescoço e vestir uma jardineira, algo que não era tão comum na época. Como eu ainda era adolescente e ele já trabalhava, rolou só um flerte. Fomos nos conhecer de verdade em 1993, quando ele, morando em São Paulo, foi visitar Recife. Tínhamos alguns amigos em comum e, às vésperas da chegada, eu ficava ouvindo que ‘o Fábio, que trabalhava na revista Elle, em São Paulo, ia chegar’. Pensava que ele seria super metido, mas me enganei.

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Um dia fomos com os nossos amigos ao bar Panquecas, hoje extinto. Nenhum de nós precisou tomar iniciativa, pois sempre íamos em turmas. Todo mundo saía e depois cada um pegava seu rumo. acabou que, naquela noite, nossos rumos se cruzaram e, desde então, não nos largamos mais. No início, era uma ‘amizade colorida’, mas com o tempo foi ficando sério, a ponto de nossa garçonnière — um apartamento pequeno que aluguei para nossos encontros — virar nossa casa. meses depois, quando o Fábio já tinha se instalado, os móveis e as coisas não cabiam mais e nos mudamos definitivamente para outro apartamento maior.

Fábio e Arlindo deitados na areia da praia posam um ao lado do outro para a foto, com a cabeça apoiada nos braços cruzados
Primeira foto do casal, em 1995: na Praia de Pipa, no Rio Grande do Norte (Arquivo Pessoal/Divulgação)

Em nosso relacionamento, tudo fluiu, e ainda flui, muito naturalmente. Fábio deixou São Paulo, moramos juntos em Recife por alguns anos e, em 2000, ele voltou a trabalhar em São Paulo, na revista Estilo. Eu já tinha uma empresa de publicidade, que atendia principalmente ao segmento da moda. Dois anos depois, decidimos expandi-la, eu vim para cá e nos tornamos sócios. Trabalhamos quase a vida toda no mesmo ramo, seja em revistas, na televisão ou na nossa empresa de consultoria de imagem. Um sempre impulsionou o outro profissionalmente. Assim como não houve pedido de namoro, também não houve de casamento. O que fizemos foi oficializar nossa união em 2011, quando o casamento homoafetivo foi permitido no país. Foi simples: chamamos nossas amigas para serem madrinhas e assinamos os documentos no cartório.

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Apesar da paixão mútua pela moda, nossos estilos são bem diferentes. Fábio curte looks mais clássicos. Já eu amo acessórios e tenho tantas tatuagens que perdi a conta — algumas em homenagem a ele: as letras F e P nos pulsos, um envelope com nossas iniciais no braço. Às vezes até mesmo meu marido esquece da existência de algumas. Quanto às viagens, algo que também amamos, somos bem criteriosos. Gostamos de passar vários dias em um só lugar, como se fôssemos moradores dali, e comemos no mesmo restaurante os mesmos pratos. Odiamos aqueles passeios dos quais você volta mais cansado do que foi.

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Hoje o Fábio é figurinista do Mais Você (apresentado por Ana Maria Braga na Globo) e moramos em um apartamento nos Jardins com nossos dois cachorrinhos, o Joe e o Johnny. Tudo o que temos aqui foi fruto de trabalho conjunto. Tem coisas que trouxemos de nossa garçonnière, objetos de quase trinta anos atrás.”

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Publicado em VEJA São Paulo de 25 de maio de 2022, edição nº 2790

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