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OLÁ,

Jards Macalé revive disco homônimo de 1972 no palco do Itaú Cultural

Autor de clássicos como 'Vapor Barato' e 'Farinha do Desprezo' fala sobre os 50 anos do álbum

Por Débora Lopes
25 jul 2023, 14h09
um homem de cabelos grisalhos no palco com óculos escuros
O músico Jards Macalé (José de Holanda/Divulgação)
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Não deu tempo nem de fazer a entrevista com Jards Macalé. Em 24 horas os ingressos para os três dias de shows que o carioca irá fazer no Itaú Cultural neste fim de semana, de 28 a 30 de julho, já se esgotaram. A apresentação celebra os 50 anos de seu cultuado disco homônimo gravado em 1972. 

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O cantor e compositor de clássicos da música brasileira como Vapor Barato, famosa na voz de Gal Costa, e Farinha do Desprezo, completou 80 anos em março, lançou o álbum Coração Bifurcado em maio e segue fazendo shows. “Até agora os 80 anos só serviram para me revigorar”, contou, por telefone, à Vejinha. “Eu diria que dá para continuar pelos próximos 80.”

Mal Secreto e 78 Rotações são duas músicas que estarão no setlist do show, que além de reviver grandes canções do disco Jards Macalé também traz composições mais recentes. 

Jards conta que, na época, já era difícil definir a musicalidade do álbum, gravado por ele no vocal, Lanny Gordin na guitarra e no baixo e Tutty Moreno na bateria. “​​O que é isso?, me perguntavam. É um som livre”, respondia o músico. “Fizemos um trio e gravamos o disco. Um disco espontâneo, um disco com várias formas de ritmo, seja baião, seja jazz, seja samba-canção, seja meio blues.”

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O álbum só existiu porque, em 1971, Caetano Veloso convidou Macalé para fazer os arranjos e a direção musical de Transa, que viria a ser um de seus mais admirados discos, em Londres. “O Guilherme Araújo, que era nosso empresário, disse ‘Venha pra Londres ajudar Caetano e quando a gente voltar eu produzo o seu disco’. Ele era ligado à gravadora, tudo certinho. E quando nós voltamos ele cumpriu a promessa e produziu esse disco na PolyGram”, fala. 

Hoje, Macalé rejeita a fama de maldito que recaiu sobre ele e outros artistas, como Sérgio Sampaio, Jorge Mautner, Walter Franco e Itamar Assumpção. “Naquela época era bacana ser visto como maldito, artista marginal, fora do mercado e não sei o quê lá. Mas aquilo era um momento específico”, pontua. “O ruim do maldito saiu. Que fique o bom do maldito. Nós continuamos marginalizados, não marginais.”

O que esperar da maratona de três noites de shows no Itaú Cultural? “Alegria”, responde o ex-maldito.

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