Cerca de quarenta predinhos populares de uma rua do Itaim Paulista, na Zona Leste, vão ganhar grafites nas empenas cegas — as laterais sem janelas dos edifícios.
É uma iniciativa do coletivo Na Raça, que encontrou as “telas” (elas ficam ao longo da Rua Manuel Rodrigues Santiago) e viabilizou a autorização dos moradores. “Queremos terminar todos os desenhos até o final de janeiro”, afirma a artista visual Juliana Costa, 40, que integra o grupo.
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Seis das obras receberam verbas do Museu de Arte de Rua, um programa da prefeitura que disponibilizou 3 milhões de reais para cerca de sessenta grafites na cidade. “Desenhei Catarina Nimbopyrua, uma indígena tupi-guarani de Peruíbe”, conta o artista manauara André Hullk, 29, um dos contemplados pelo edital.
Já a paulistana Mimura Rodriguez, 34, escolheu temáticas pessoais. “Representei minha avó, de 92 anos, e minha própria maternidade, por meio de uma figura amamentando”, ela explica. Ao menos 36 artistas devem deixar a marca no bairro até o final do mês.
Publicado em VEJA São Paulo de 5 de janeiro de 2024, edição nº 2874