Assista a dois documentários que abordam questões paulistanas, como grafite e violência:
Realizado em 2008, quando a gestão Kassab apagou “por engano” um imenso painel na confluência da Avenida 23 de Maio com a Ligação Leste-Oeste, o documentário tem qualidades. Entre elas, mostrar o trabalho dos grafiteiros Otávio e Gustavo Pandolfo (a dupla OsGemeos), Nina, Nunca, Zefi x e Finok. Além disso, flagrou agentes do então prefeito tingindo de cinza aleatoriamente alguns muros da cidade.
Rafael Burlan da Silva foi assassinado com sete tiros em 2001, no bairro do Capão Redondo. Tinha 23 anos e deixou dois filhos. Seria mais um caso das páginas policiais se seu irmão, o cineasta Cristiano Burlan, não fizesse um documentário a respeito do crime — Rafael estava envolvido com drogas e roubo de carros. Embora contenha poucos depoimentos (e quase todos os parentes prefiram jogar a sujeira para debaixo do tapete), a fita traz uma longa e ótima entrevista de um amigo, que sintetiza numa frase a situação na periferia e o descontentamento dos moradores: “O problema não está em quem ficou lá. Está em quem ficou e queria sair”.