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Cartazes de artistas periféricos são espalhados por ruas da Zona Leste

Projeto das Fábricas de Cultura divulga artes de nomes paulistanos que reinterpretam símbolos da nossa cultura

Por Guilherme Queiroz
2 fev 2024, 06h00
Imagem mostra seis cartazes com artes colados em muro de viela com casas de madeira e alvenaria em rua com chão parcialmente de terra
Cartazes na Travessa Ary Clodovil, no Itaim Paulista (Fábricas de Cultura/Divulgação)
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Rayssa Santos, 16, ganhou as primeiras latas de spray durante um evento de grafite em uma unidade das Fábricas de Cultura na Zona Leste. “Aquele dia foi demais”, lembra.

Em 17 de janeiro, equipes de centros culturais localizados em Belém, Cidade Tiradentes, Itaim Paulista, Sapopemba e Vila Curuçá colaram centenas de pôsteres com obras de trinta artistas — incluindo Rayssa — pelos muros dos bairros, como parte do projeto Galeria da Quebrada.

Desenho mostra mulher com cabelos roxos e alvo na altura do peito, com coração desenhado no centro do alvo e flexa em cima do coração. Ao fundo, diversos olhos em fundo azul
Para ‘Tiro ao Álvaro, de Adoniran, por Ana Kia, artista da Zona Leste (Fábricas de Cultura/Divulgação)

Os trabalhos são baseados em quatro temas: os sambistas Adoniran Barbosa e Paulo Vanzolini, o rapper Sabotage e uma visão paulistana de A Noite Estrelada, de Van Gogh. “Repomos os cartazes semanalmente porque chove e as pessoas acabam levando para decorar a casa”, conta Renato Barreiros, 45, superintendente das Fábricas de Cultura, que são do governo estadual.

Imagem mostra face de criança bem de perto, com reflexo de céu iluminado por luzes no fundo dos olhos
O olhar da criança retratada por Preto TNA, da Brasilândia (Fábricas de Cultura/Divulgação)
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A iniciativa segue até o fim de fevereiro. As criações foram desenvolvidas para exposições que rodaram a cidade entre 2022 e 2023. Entre os trabalhos, uma ilustração sobre a música Volta por Cima, de Vanzolini, com o rosto do artista salpicado de cores vivas por Marcio Reis, 45, o Banguone. “Sou daltônico e mostro nas obras que mesmo não identificando as cores, consigo transmitir sentimento”, explica ele, que é de Itaquera.

Imagem mostra rosto de Paulo tomado por cores amarelas, verdes, e tons de azul, com vários prédios pretos e brancos ao fundo
O Paulo Vanzolini com as cores vivas de Banguone, de Itaquera (Fábricas de Cultura/Divulgação)

Anderson Andrade, 36, o Preto TNA, registra expressões faciais negras, como no trabalho inspirado em A Noite Estrelada, com um reflexo do céu nos olhos de uma criança. “Retrato temas afro”, explica Andrade, da Brasilândia.

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A exposição é a estreia de Rayssa Santos. “É o meu primeiro trabalho exposto”, comemora ela, que mora em São Mateus e retratou Sabotage.

Imagem mostra rosto de Sabotagem colorido por tons de roxo e laranja, assim como o fundo
Mais Sabotage, dessa vez por Denis Pinho, autodidata que cresceu na Grande SP (Fábricas de Cultura/Divulgação)
Imagem mostra prédios de cidade envoltos em névoa vermelha, alguns disformes
A Noite Estrelada por Genesis, da Freguesia do Ó, no grafite desde 1992 (Fábricas de Cultura/Divulgação)
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Imagem mostra rosto de Sabotage desenhado com traços simples e SABOTA escrito em frente aos olhos
Sabotage de Rayssa Santos, a Ray King, frequentadora da Fábrica do Sapopemba, onde tem contato com o grafite (Fábricas de Cultura/Divulgação)

Publicado em VEJA São Paulo de 2 de fevereiro de 2024, edição nº 2878

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