Após séculos tentando entender os hieróglifos egípcios (nome dado aos caracteres usados como escrita no Egito Antigo), eles poderão ser traduzidos com rapidez e facilidade por qualquer pessoa, por meio da ferramenta Fabricius, disponibilizada com a atualização do app Arts & Culture. A tradução pode ser feita por meio de uploads de imagens contendo os hieróglifos.
Em função do estado de muitos dos hieróglifos, poderá ser necessário fazer alguns ajustes nas imagens para ajudar na leitura pela ferramente. Por isso há, na página do Arts & Culture, um vídeo explicando o passo a passo para o uso da ferramenta.
De acordo com o Google, a ferramenta funciona por meio de aprendizado de máquina, ou seja, é aperfeiçoada na medida em que é usada. Ela possibilita o envio de fotos dos hieróglifos, o que aumenta o banco de dados.
Fabricius é acessível a todos, mas outro versão, para computadores, foi lançada também para estudiosos da área de egiptologia, antropólogos e historiadores, como ferramenta de pesquisas. Entretanto, especialista afirmam que a inovação precisa ser vista com ressalvas.
“Ainda que seja impressionante, ela não está no estágio no qual pode dispensar a necessidade de um especialista altamente treinado em leitura de inscrições antigas”, afirmou Roland Enmarch, professor de egiptologia da Universidade de Liverpool, no Reino Unido, em entrevista a BBC. “Há ainda alguns grandes obstáculos para ler os hieróglifos porque eles foram feitos à mão e variaram demais ao longo do tempo no nível de detalhe pictográfico e entre os responsáveis pelas inscrições”, complementa.
A compreensão dos hieróglifos egípcios foi possível a partir da Pedra de Roseta, que atualmente se encontra no Museu Britânico (British Museum), em Londres. A tradução dos hieróglifos contidos na pedra foi feita após pesquisadores descobrirem que nela estavam presentes três variantes de um mesmo texto.