Avatar do usuário logado
OLÁ,

Novo espaço cultural dedicado aos vídeos abre na Vila Leopoldina

O Galpão VB é a casa da Associação Cultural Videobrasil, dona do maior acervo da categoria no Brasil

Por Julia Flamingo
Atualizado em 5 dez 2016, 11h57 - Publicado em 22 out 2015, 20h13

Longe de outros bairros que tradicionalmente abrigam centros culturais, a Vila Leopoldina ganha agora um novo espaço dedicado a arte contemporânea, o Galpão VB,  inaugurado dia 8 de outubro. Sede da Associação Cultural Videobrasil, ali dá para acessar por computadores um total de 1.300 obras do acervo de 3.200 títulos. O espaço ainda tem uma galeria para exposições, café, bicicletário e loja de livros especializados em arte, em parceria com a editora Cobogó.

Grande parte do público chega ao galpão de portão vermelho da Avenida Imperatriz Leopoldina, número 1150, atraído pelo Festival Videobrasil, que acontece há trinta anos em São Paulo. Na atual 19ª edição, o evento bienal toma três espaços da cidade: Sesc Pompeia, Paço das Artes e Galpão VB, o maior do país voltado à plataforma.

+ Saiba porque visitar a mostra de Patricia Piccinini, no CCBB

Atualmente, o vídeo é a mídia favorita dos artistas contemporâneos. Eles usam a linguagem que nasceu no cinema e vai até o Snapchat para misturá-la com outros elementos, como fotografia, performance, teatro,dança, instalação e música.

Continua após a publicidade

Curadora-geral do Festival Videobrasil, Solange Farkas, também fundadora da Associação Cultural Videobrasil, de 1983, é quem mais entende do assunto hoje no Brasil. Nora de Thomaz Farkas (1924-2011), dono da Fotoptica e um apaixonado pela imagem, Solange foi convidada por ele para iniciar o mapeamento da produção de vídeo no Brasil. Assim, até o começo da década de 1990, o festival era nacional: sediado no MIS, ele exibia vídeos em grandes telas de cinema.

Com a tendência natural do vídeo de aproximação para as artes plásticas, Solange sentiu a necessidade de não só exibir os vídeos em cubos pretos (no cinema), mas também em cubos brancos (nas galerias e museus). “O Sesc foi super acolhedor nesse momento”, explica Solange Farkas. “Precisamos mudar a escala de produção do festival e a instituição percebeu que a aposta que eu estava fazendo, no vídeo como uma plataforma ligada as artes visuais, era grandiosa”.

Continua após a publicidade

+ Leia sobre outras mostras em cartaz na cidade

O maior desafio da associação é conseguir conservar essa coleção: a tecnologia fica sempre obsoleta e o espaço para guardar todo material é gigantesco: Super-8, VHS e DVDs ficam estocados em uma sala da nova sede, enquanto a equipe tem o trabalho diário de digitalizar e catalogar a coleção (hoje é estimado que mais 5.000 vídeos ainda irão passar pelo processo).

Continua após a publicidade

A exposição inaugural do galpão é fruto de um edital para apoio da produção, primeira ação do tipo realizado pela instituição. “É um esforço para apoiar o desenvolvimento de projetos e expor a obra ao final do processo”, afirma Solange.

Assim como em todo o festival, participam desta mostra artistas do chamado sul-geopolítico, que compreende América Latina, Caribe, África, Oriente Médio, Leste Europeu, Sul e Sudeste Asiático.

Publicidade