As irmãs Marluce, 59 anos, e Marivânia Costa e Santos, 45 anos, vieram de João Pessoa, na Paraíba, para a festa de casamento de um primo que mora em São Paulo. No domingo, o último dia 8, trocaram o churrasco da família para enfrentar uma fila de três horas na porta do Centro Cultural do Banco do Brasil e conferir a exposição Mestres do Renascimento: Obras-Primas Italianas. Encerrada no último domingo (29), a mostra ocupou o CCBB desde 17 de julho e atraiu 317 mil visitantes em cerca de dois meses e meio. No ano passado, a exposição Impressionismo: Paris e a Modernidade levou 325 mil visitantes ao mesmo espaço.
“A visita já estava na nossa agenda. Vimos algumas obras em Florença, na Itália, e sabemos que essa é uma oportunidade ímpar de vê-las novamente”, disseram, acompanhadas da irmã Mariluce, 56 anos, que vive na capital. O esforço e a emoção de ver de perto as 57 telas de um dos movimentos artísticos mais influentes da história são compartilhados por muitos outros frequentadores.
Impressionados pela beleza e a raridade das pinturas, eles as observam atentamente. A artista plástica Violeta Morete, 60 anos, por exemplo, aproximava-se e afastava-se lentamente da Maddalena, de Ticiano: “O pintor conseguiu fazer lágrimas dentro do olho dela. É incrível”, afirmou com os olhos também marejados.
A tradutora Irene Gamboa, 54 anos, reconheceu a importância de exposições de obras históricas no Brasil. “Eu já vi algumas telas na Itália e acho que a curadoria poderia ter trazido mais. Do Leonardo da Vinci, por exemplo, há apenas uma”, comentou. “Mas de qualquer forma é um começo.”
Quem ainda não passou pela exposição, a boa notícia é que está agendada a terceira e última Virada Renascentista, para os dias 21 e 22. Durante o evento, o CCBB fica aberto na madrugada de sábado para domingo. Apenas fique atento às longas filas. A organização recomenda o início da noite, a partir das 19h, como o melhor horário. Pela manhã, na abertura, e no horário do almoço, o fluxo é maior.