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Fotógrafo Boris Kossoy explora absurdos do cotidiano

Quarenta imagens do artista e professor da USP serão exibidas na Galeria Berenice Arvani, a partir de quarta (13)

Por Jonas Lopes
Atualizado em 5 dez 2016, 16h15 - Publicado em 7 mar 2013, 19h04

Figura indispensável para a compreensão da trajetória da nossa fotografia, Boris Kossoy exibe quarenta imagens na Galeria Berenice Arvani a partir de quarta (13). Feitas sobretudo nos últimos três anos, embora a seleção tenha um ou outro exemplar clicado nas décadas de 70 e 90, as obras foram reunidas pelo curador Diógenes Moura sob o título Busca-me. “Não existe trabalho artístico sem algo de autobiografia”, defende o paulistano Kossoy, professor da USP e um dos grandes historiadores do gênero no país.

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Assim, ele leva a câmera a tiracolo em viagens à Europa, aos Estados Unidos e pelo Brasil, para flagrar cenas que possam remeter ao próprio passado. “Um ou outro elemento me traz lembranças da infância. Essas pequenas peças formam um mosaico de recordações, a memória em si”, diz. A série Viagem pelo Fantástico, do fim dos anos 60, tornou o artista conhecido por abordar elementos absurdos inseridos no cotidiano — como um maestro regendo em um cemitério vazio, por exemplo.

Agora, Kossoy deixa de lado as cenas previamente pensadas, próximas da ficção, e aposta no acaso para alcançar o mesmo resultado. O gosto pelos personagens tristes e misteriosos, contudo, persiste. Manequins em uma loja de Madri, um vulto escuro no metrô de Washington (idêntico a outro diante de um teatro nova-iorquino) ou uma escultura à sombra de uma janela do palácio Belvedere, de Viena — tudo remete à impossibilidade de estabelecer um realismo estático e sem nuances na vida humana.

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