Em meio a tantos temas controversos, uma história conquistou a atenção do público da novela O Outro Lado do Paraíso, da Rede Globo. Vivido pelo ator paulistano Flávio Tolezani, de 39 anos, o delegado Vinícius é o centro de uma trama de pedofilia que envolve sua enteada, Laura (a atriz Bella Piero). O intérprete recebeu pelas redes sociais diversas mensagens de vítimas de abuso. “Uma moça narrou em longos textos problemas com o padrasto quando era adolescente”, afirma o artista, que é pai de Ana Clara, de 13 anos. “Ela não assiste à novela, vê pouca televisão, mas conversamos bastante sobre o assunto.”
Depois de sucessivas pontas na Globo, O Outro Lado do Paraíso é a terceira novela que Tolezani emplaca em três anos, escrita, como as duas anteriores, por Walcyr Carrasco. Em Verdades Secretas (2015), ele representou o não menos denso Roy, um dependente de crack, e logo participou de Êta Mundo Bom! (2016), na pele do advogado Araújo. “É um ator de muitas facetas, sabe ser intenso e sensível”, elogia Carrasco, que o descobriu no elenco de Incêndios, montagem protagonizada por Marieta Severo, em 2014.
Profissional desde 2002, Tolezani chuta que deve ter participado de umas 25 peças. “O teatro dá mais experiência em um tempo menor”, diz. Aos sábados e domingos, ele pode ser visto no Auditório do Masp em outro papel polêmico, no espetáculo Carmen. Trata-se do policial ciumento que mata a amante, história consagrada pela famosa ópera. Tolezani divide a cena com a atriz Natalia Gonsales, sua mulher há nove anos. “Tenho sido feliz nas minhas experiências na TV, mas o meu grande barato é aqui”, reconhece, apontando para o palco.