Entre o cinema soviético de Dziga Vertov e o rock de Dave Grohl, líder da banda Foo Fighters, a programação do É Tudo Verdade – 18º Festival Internacional de Documentários aponta os muitos caminhos de um formato que se torna cada vez mais popular no Brasil.
Entre 4 e 14 de abril, serão exibidas 82 produções de 26 países, com entrada gratuita. Vinte dessas produções terão lançamento mundial na mostra. “O documentário nunca ocupou um papel tão importante na nossa cultura. O festival colaborou para esse avanço”, observou o crítico Amir Labaki, fundador e diretor do evento.
O circuito será formado por salas no Cine Livraria Cultura, no CCBB, no Reserva Cultural, no Museu da Imagem e do Som e na Cinemateca Brasileira. A seguir, confira os destaques da seleção:
► Retrospectiva Dziga Vertov
Documentarista pioneiro, o cineasta soviético Vertov (1896-1954) terá oito filmes exibidos no festival, em cópias 35 mm, em uma parceria com a Coleção Dziga Vertov do Austrian Film Museum. O museu desenvolve um trabalho de restauro da obra do cineasta que será apresentado pela primeira vez no Brasil. A obra-prima O Homem da Câmera de Filmar (1928) será projetada.
► Documentários pop
Em Cidade do Som (2013), Dave Grohl, vocalista do Foo Fighters e ex-baterista do Nirvana, conta a história de um dos estúdio lendário dos Estados Unidos, o Sound City, em Los Angeles. Fãs do diretor Stanley Kubrick encontrarão curiosidades sobre a fita O Iluminado no elogiado em Quarto 237 (2012), de Roy Ascher. Já quem gosta de ficção científica terá em Os Capitães uma boa opção: no longa, o ator William Shatner entrevista cinco intérpretes que o sucederam no posto de comando da nave Enterprise. E até o polvo Paul, que ficou famoso por supostamente acertar os resultados da Copa do Mundo de 2010, é retratado, em A Vida e os Tempos de Paul, o Polvo Vidente (2012).
► Estreias brasileiras
Sete longas brasileiros, todos em primeira exibição, concorrem na mostra competitiva: A Alma da Gente, de Helena Solberg e David Meyer, Antártica, de Evaldo Mocarzel, Em Busca de Iara, de Flávio Frederico, Mataram meu Irmão, de Cristiano Burlan, Ozualdo Candeias e o Cinema, de Eugênio Puppo, Serra Pelada – A Lenda da Montanha de Ouro, de Victor Lopes, e O Universo Graciliano, de Sylvio Back.
► Personalidades na tela
O escritor americano de O Complexo de Portnoy é retratado na produção francesa Philip Roth, sem Complexos (2011). Já o cineasta sueco Ingmar Bergman reaparece em Fanny, Alexander e Eu (2012), de Stig Björkman. Em Nosso Nixon (2013), material inédito filmado por três assessores revelam os bastidores da presidência de Richard Nixon (1913-1994).
► Ditadura revisitada
O golpe de 1964 será lembrado com a exibição de Jango (1984), de Silvio Tendler, acompanhado de Os Anos JK – Uma Trajetória Política (1980), também de Tendler, e de uma seleção de curtas produzidos pelo Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPES) em oposição ao governo de João Goulart.
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