Cultura & Lazer

Festas e festivais de música eletrônica para o feriado

Gênero reconquista espaço com quatro bons eventos

Por Ricky Hiraoka
Atualizado em 16 Maio 2024, 16h55 - Publicado em 7 nov 2013, 18h56

No início dos anos 2000 era quase impossível ir a uma casa noturna em São Paulo e ouvir um som diferente de música eletrônica. O tum-tum-tum dominava as pistas dos clubes então da moda, como o Lov.e e o gigantesco Pacha, que tinha 7 000 metros quadrados e recebia cerca de 3 000 baladeiros por noite. Depois de um tempo, o ritmo começou a perder força. Um dos festivais mais badalados do gênero, o Skol Beats, que chegou aarrastar quase 60 000 pessoas para suas tendas, encerrou as atividades em 2008 com apenas 16 000 festeiros. No fim da década passada, o sertanejo universitário caiu no gosto de grande parte do públicoe surgiram boates especializadas, como Wood’s, Villa Mix e Brook’s. Da época áurea do bate-estaca, sobreviveram, de modo tímido, a D-Edge e a Disco.

Agora, a música eletrônica dá sinais de recuperação. No próximo feriadão (de 15 a 20 de novembro), quatro eventos do gênero musical prometem agitar os paulistanos. Dois deles ocorrem pela primeira vez. Quem encabeça as novidades é o Big Beach Boutique Brasil, que acontecerá no dia 16 na Praia da Enseada, no Guarujá. Com investimento de 2 milhões de reais e 50 toneladas de equipamento, o espetáculo pé na areia pretende levar 15 000 pessoas para curtir as batidas do consagrado Fatboy Slim e da dupla de gêmeas australianas NERVO. “O público está cansando do sertanejo, do axé e do funk”, acredita Cesar Ibrahim, promotor do negócio. “Percebi isso quando anunciei que ia fazer um show do DJ francês David Guetta em janeiro no Guarujá e as vendas de ingressos estouraram.” O otimismo de Ibrahim é tamanho que ele já planeja uma nova edição do Big Beach Boutique Brasil para 2014.

A capital também terá sua cota de agito com o Luv n’ Beats, que aposta no house underground para levar 2 000 frequentadores ao Grand Metrópole, no centro. Sua atração de peso será o DJ alemão Solomun, nome em ascensão nesse mercado e responsável por uma noite semanal na Pacha, de Ibiza. “Com o bom momento econômico do Brasil nos últimos anos, muita gente conheceu o verão europeu e agora quer curtir em São Paulo o mesmo som”, diz Michel Saad, um dos organizadores, ao lado do empresário Kako Perroy e de Silvio Conchon, da Plus Talent, agência encarregada da contratação de DJs internacionais.

Assinando o XXXperience, festival de música eletrônica que terá sua 17ª edição realizada no dia 16 em Itu, a 101 quilômetros da capital, Erick Dias vê com animação essa nova fase. “Nos Estados Unidose na Europa, há uma onda muito forte de EDM (electronic dance music), que tem como um dos ícones Calvin Harris, e essa moda está chegando aqui”, conta. Dias prevê que neste ano venderá 4000 entradas a mais do que em 2012 e já prepara para 2014 um show com o DJ Hardwell, eleito o número 1 do mundo pela revista DJ Mag e considerado o principal nome do line-up do XXXperience.

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Um indicador claro dos novos tempos é a transformação ocorrida na Brook’s, que surgiu como casa sertaneja e começou a promover há algum tempo uma noite mensal estrelada por gente como Cedric Gervais e Taboo. Há dois meses, a balada alterou o logo (que era um chapéu de caubói) e acrescentou a sigla SP ao nome. Tudo para se afastar do gênero country. “A resposta do público para essa mudança de perfil foi ótima”, comemora Gustavo Medlam, diretor operacional da boate. “Estamos até planejando abrir em 2014 um novo negócio, que será voltado para diversos segmentos da música eletrônica”, promete.

Rota do bate-estaca

Os agitos do feriado na capital e nos arredores